Prezados estudantes do Movimento UnB/Livre,
É com imensa alegria que saúdo as palavras, os atos e as reflexões contidas no texto que acabo de receber, no qual vocês fazem os esclarecimentos necessários à comunidade da UnB sobre os fatos ocorridos no dia de ontem, 04 de abril de 2008.
Nesse dia, vocês nos deram uma lição que não se encontra nos livros nem na rotina acadêmica docente. Deram início não apenas a uma passeata de poucos metros de forma pacifica, em direção ao Gabinete do Reitor, mas o primeiro passo em direção a uma grande caminhada histórica pela retomada da honra e, quem sabe, de um projeto maior da Universidade de Brasília que nasceu dos olhos visionários e do brilhantismo intelectual de nomes como Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira, Honestino Guimarães e tantos outros. Esses nomes nunca saíram de minha mente, dentre outros motivos, por não se deixaram enganar pela idéia de que o grau de importância, eficiência e eficácia social de uma Universidade possa ser medido por fachadas de prédios e status quo de seus representantes de plantão.
Desde já, não só me filio e me coloco a disposição do Movimento UnB/Livre, como conclamo aos meus colegas professores a saírem do auto-exílio em relação aos rumos que a Administração Superior tem tomado e o significado histórico dessa crise de gestão que somos co-responsabilizados. Sejamos humildes para que não nos tornemos pequenos diante de uma universidade que está muito além dos nossos interesses mesquinhos e passageiros. Façamos, nós professores a luz da garra dos estudantes, uma autocrítica no sentido de percebermos que os estudantes no chamam a assumir nosso papel histórico nesse momento de humilhação da nossa querida UnB. A UnB não merece isso!. Façamos também uma reflexão sobre o grau de nossa co-responsabilidade nesse processo que poderá reacender a chama da ave Fênix que poderá se tornar essa Universidade, ou, pelo contrário, o túmulo definitivo de um sonho sonhado por muitos de várias gerações.
Para isso precisaremos responder, por exemplo as seguintes perguntas: Se nós, professores, queremos manter o peso diferenciado de responsabilidade de gestão a nosso favor, como é que justificaremos para história esse atual comportamento de alienação. Como é possível manter o paradoxo em que no encontramos de nos escondemos em nossos casulos individuais neste momento de crise aguda? Se assim procedermos, não teremos mais argumentos para sustentar a tese de crítica e oposição política à proposta dos estudantes e técnico-administrativos da PARIDADE NA GESTÃO DA UNB. Pessoalmente, já estou convencido pelos últimos acontecimentos de que é muita arrogância de nossa parte como professores acharmos que a UnB nos pertence como corporação. Os fatos falam por si. A UnB não pertence e nenhum grupo ou corporação em particular, ela é um patrimônio da sociedade brasileira e toda vez que houver abuso de poder e desonra da parte de nós servidores para com esse patrimônio, essa mesma sociedade é que irá arrombar a porta da reitoria cobrando-lhe uma satisfação. Hoje, como passado, quem ocupa a sla do Reitor
Timothy Mulholland, não são os estudantes "em fúria", mas a sociedade brasileira que faz uso das mãos limpas, honestas e francas de nossos estudantes para fazer cumprir sua vontade.
Um abraço fraterno.
Prof.Dr.Perci Coelho de Souza
Departamento de Serviço Social
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Um comentário:
Vejam a caricatura que os estudantes fizeram do Timothy.
Está GENIAL!!!
É o bom humor que vai levar a melhor nisso tudo!
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