ESTA É A HOMENAGEM DO COLETIVO UNB LIVRE AOS MESTRES ESTUDANTES QUE CONDUZIRAM O PROCESSO LIBERTÁRIO NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA DURANTE OS ÚLTIMOS MESES.É IMPORTANTE QUE A COMUNIDADE CONHEÇA AS INSPIRADAS FALAS DE DOIS DOS SEUS REPRESENTANTES NO CONSUNI DA PARIDADE, EM13/06/2008.
O Coletivo UNB LIVRE tem a honra de reproduzir aqui, na seqüência em que elas foram pronunciadas, as falas de Edemilson Cruz Santana Júnior - Paraná, e de Tony Gigliotti Bezerra - Tony, no histórico evento.
Senhores Conselheiros,
Eu gostaria de aqui fazer uma observação que me parece muito significativa: Parece haver quase um consenso nas falas dos conselheiros que me antecederam. Todos eles, um após o outro, ao tratar da paridade trouxeram uma série de argumentos e perspectivas que reforçam sua viabilidade e reafirmam de algum modo a grande necessidade que a UnB tem de sua aprovação. Estranho, no entanto, é observar que esse mesmo consenso não parece se refletir na disputa que se trava agora a respeito da democratização da universidade. As votações são apertadas, muitos institutos se manifestaram contra, alguns professores se mostram pouco solícitos à idéia, mas ainda assim observamos o silêncio daqueles que são contra a paridade nesse conselho. Por que esse silêncio? Não estamos lidando com futuro da Universidade? Não estamos lidando com a construção de uma nova UnB? Eu não gostaria de acreditar que os Srs. que são contra a paridade não têm argumentos ou propostas para universidade, eu não gostaria de acreditar que os Srs. não estão comprometidos com essa universidade. Muito pelo contrário, eu gostaria de ouvi-los, de discutir com os Srs. como muitas vezes fiz e busquei fazê-lo. É claro que minha posição é clara. Pra mim, a paridade é, antes de tudo, uma questão central para a democratização, para a eficiência, para fiscalização, para a construção de universidade socialmente responsável. Mas esse debate não é um debate de pré-condições, de posições fechadas, é, antes de qualquer coisa, um debate de idéias. Não é um debate de professor contra aluno, ou de servidor contra professor, é um debate de tendências diferentes que, com a absoluta certeza, visam o mesmo objetivo: a melhoria dessa universidade. Pelo menos isso é o que eu gostaria de acreditar. Estamos todos juntos nesse mesmo barco, professores, alunos, servidores, sejam eles contra ou a favor da paridade, porque se essa universidade não é como gostaríamos, todos temos responsabilidade e parte da culpa. Justamente por isso, o silêncio daqueles que são contra a paridade é algo entristecedor, algo que de algum modo sugere péssimas conclusões, algo que vai contra a essência da academia e da construção dessa universidade. Para que o Srs. Professores repensem a questão aqui, hoje, e procurem rever alguns posicionamentos e atitudes que têm se mostrado evidentes na contrariedade com que recebem a proposta da paridade, eu gostaria de citar, se não me engano, a Nietzsche, um grande filósofo, que certa vez disse: "Quanto mais envelhecemos, mais olhamos para o passado e concluímos quão tolos éramos, e essa é a maior indicação da tolice que é constante na existência humana." Ainda dentro dessa linha de análise gostaria de evocar o pensamento de Sócrates, um pensamento que orienta constantemente o ser humano para a humildade frente ao conhecimento, que o torna aberto para tudo que pode fazê-lo repensar, para toda nova visão de mundo; um pensamento sábio por essência ao concluir que o mais sábio dos homens é que se dá conta de sua ignorância, que o mais sábio dos homens é aquele que se da conta de que nada sabe: 'Eu como de fato não sei, não fico pensando que sei; só sei que nada sei'". Pois bem, meus senhores, eu não gostaria de acreditar que a experiência traz a arrogância. Não me deixem sair daqui hoje acreditando nisso!
Muito Obrigado.
Edemilson Cruz Santana Júnior - Paraná
Boa tarde, senhoras e senhores conselheiros.
Como foi frisado pelo conselheiro Paraná, são escassas quando não inexistentes as falas contra a paridade. Eu, particularmente, nunca vi uma argumentação consistente que fosse contrária a paridade. Quando se procura algo para defender este modelo anti-democrático, geralmente se recai em conservadorismos e legalismos esvaziados e levianos.A fala mais sincera que eu já ouvi contra a paridade foi a do professor Kramer, que disse mais ou menos o seguinte: "É descabida a insistência dos estudantes e servidores nesta questão de paridade na eleição: acaso vocês já viram louco votando para diretor de hospício; já viram animal votando para diretor de zoológico?? Evidente que não! Com a paridade nas eleições é a mesma coisa!". É exatamente neste sentido que muitas vezes se dirigem os posicionamentos contra a paridade, de maneira a menosprezar a capacidade de reflexão dos estudantes e funcionários, e a intenção deles é dizer: "Recolha-se a sua insignificância, estudante incapaz; recolha-se a sua insignificância funcionário desqualificado". Eles querem que aceitemos a exclusão. Nós, no entanto, não podemos e não iremos aceitar a exclusão, iremos lutar até o final para termos voz e voto em todas as instâncias desta universidade, porque é assim que construiremos uma UnB mais democrática e mais justa; e é com esta força e esta coragem que vamos conquistar a paridade ainda hoje, nesta reunião!
Obrigado.
Tony Gigliotti Bezerra - Tony
3 comentários:
Oi gente. Se estes são os "melhores textos" à favor da paridade, imagine os piores...
Cadê os argumentos??? Eu também concordo com Nietzche, isto é, quando eu era estudante universitário eu também defendia a paridade e por isto, graças a Deus, "fui amarrado à um pé de mesa", então envelheci e melhorei. Jovens de todo o mundo: envelheçam!!!. Abr
Ronaldo Angelini http://bafanaciencia.blog.br
Pelo jeito, o amigo continua sem entender o que Nietzchie quis dizer com isso.
Mais uma prova de que o filósofo estava certo: a tolice de fato é uma constante na existência humana. Da pra ver que a idade não repara essa situação; pelo contrário , ela parece trazer, como bem disse o aluno Edemilson,a arrogância, que potencializa ainda mais essa tolice, mto bem exemplicada no maravilhoso comentário acima.
parabéns!
sua contribuição reforça ainda mais
as belas palavras do autor.
Seu anônimo.
A questão é que vc não estava no contexto dessas falas, vários argumentos já tinham sido levantados, praticamente TODOS a favor da Paridade. O que esses estudantes estavam fazendo é criticando aqueles que no CONSUNI que tomariam a decisão da Paridade e eram contra não deram quase nenhuma argumentação para votar contra. E olha que a votação foi muito apertada. Por isso, esses textos são críticas a essas pessoas, e não textos para argumentar pela paridade em si!
Mônica - Pedagogia UnB
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