terça-feira, 9 de setembro de 2008

Precarização do ensino superior: o exemplo dos professores substitutos


Um colega da Universidade Federal de Juiz de Fora me enviou esta mensagem com o contra-cheque de um professor substituto. A situação desses colegas substitutos é uma vergonha. É o vilipêndio dos cientistas, dos mestres, dos professores. Envergonha anda mais quando alguns "nobres" queriam transformar a Universidade brasileira em reinos de opulência e luxúria.

Professor da UFJF recebe menos que um salário mínimo

Com a concretização dos reajustes salariais para os professores das Universidades Federais, houve uma enorme distorção para o salário do professor substituto. A MP que estabelece os reajustes retirou a obrigatoriedade de complementação do salário mínimo na remuneração do professor. Essa situação reduziu em mais de 50% o salário dos professores substitutos em regime de 20 horas.Em alguns casos, o professor chega a receber R$ 305,45 líquidos, para dar aulas na Universidade Federal de Juiz de Fora.
Desde o final do ano passado, a Administração Universidade vem incentivando a contratação de professores em regime de 20 horas, justificada pelas regras do professor equivalente, que permit=e a contratação de mais professores 20h em detrimento dos de 40h e DE . Várias unidades passaram a responsabilidade de inúmeras disciplinas para substitutos, que hoje tem suas condições de trabalho extremamente precarizadas. Qual será a repercussão dessa política para o ensino na UFJF? Será que é assim que o governo quer valorizar o trabalho docente? No final do ano passado, a Universidade aderiu ao REUNI, propondo a criação de vários cursos, desconsiderando a necessidade de um debate mais aprofundado sobre o tema.O reflexo dessa decisão já começa a aparecer para o próximo vestibular, uma vez que a aprovação dos processos de criação dos cursos demonstra grande fragilidade com a preocupação acadêmica. A discussão no CONSU se deu a toque de caixa, sem que houvesse pareceres favoráveis de vários departamentos que terão que aumentar o número de alunos em diversas disciplinas para atender a demanda desses novos cursos.
O déficit de docentes é incontestável e apesar dos anúncios de concursos públicos o que cresceu, proporcionalmente,nos últimos anos, foi o número de substitutos. Como garantir a criação de cursos de qualidade com essa precarização do trabalho?
A situação vivenciada pelos professores substitutos não é um problema isolado desses professores e sim um problema de todos os docentes da UFJF, pois essa situação compromete o trabalho docente, a dignidade do trabalho e a qualidade da Universidade brasileira.

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo Horizonte, 14 de abril de 2009

Nota à comunidade acadêmica da UFMG



PROFESSORES SUBSTITUTOS TÊM SALÁRIOS DIFERENTES NA UFMG



Os professores substitutos que firmaram contrato com a UFMG a partir de fevereiro de 2009 estão recebendo até duas vezes mais(R$ 1224,20/ 40h) que aqueles professores que foram contratados pela UFMG nos anos de 2007 e 2008 (aprox. R$ 770,00/ 40h) , que estão na ativa. Ou seja, professores com a mesma titulação, função e carga horária, trabalhando na mesma instituição, recebam salários diferentes.

Será que isto é certo? O justo seria que professores que estão desempenhando a mesma função, com a mesma titulação e carga horária, recebessem o mesmo salário. Só assim, evitamos que esse sentimento de insatisfação e injustiça interfira nas atividades docentes.


Maiores informações substitutosufmg@yahoo.com.br