quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Apupos no reino



Parece que alguns já começaram a realizar a sua catarse e
se apresentam na ante-sala imperial para receber as
credenciais de cônsul honorário do espaço ocupado pelo seu
corpo na Terra, do seu assento, do seu próprio e impalpável
nariz. Postam-se já na fila, esperando obter a chancela no
salvo-conduto para poder atravessar o Paço dos Insanos.

Muitas mensagens circulam por entre as frestas dos palacetes e abafadas pelos sofás de zibelina, não se sabe de onde vêm e para onde deveriam ir. Um apanhado de mensagens são cartas-fantoches ou fantoches em forma de carta, reverenciadamente curvados ao
Imperador. Suas espinhas curvadas põe à mostra as apófises
envelhecidas e as cicatrizes de chibatadas antigas.
Mostra as credenciais de servil-cavalheiro a Vossa Alteza, O Imperador.

Essas mensagens-fantoches utilizam trechos da Cartha de Lo Pacto del Conto del Paco, com um conteúdo de menosprezo à plebe rude, ignara, afoita e sem-modos, que nesses trópicos não sabe se portar frente à nobreza de
tão gentil-homem, Vossa Alteza.

Essas mensagens-fantoches, com deferência, repudiam em igual ou mais grave tom, os apupos
da indiada ignara, que na falta da capacidade de se
expressar, e na ignorância da língua ultramarina,
manifesta-se como os nativos da terra, em uma linguagem ininteligível. Um ritual
muito comum por estas paragens selvagens quando alguma
eminência destoa dos seus ritos tribais. Deve-se
reconhecer que não ocorre nas tribos destes chapadões, a projeção de cupuaçús, de pinhas de castanheira,
nem ovos-de-mutum-açú, nem tortas-de-macaxeira na cara. Talvez a escassez e o apreço às coisas da terra, tão penosamente colhida e feita, lhes sejam caras
Tão diferente das nações civilizadas, onde a figura pública é
mais exposta do que Vossa Alteza Imperial. Onde os tapetes vermelhos são estendidos para que os delicados e reais pés de Vossa Majestade não sejam maculados ao passar sobre a imundície das tabas ao lado.

Aliás, diga-se de passagem, que em algumas nações ricas, ocorre um ritual repugnante, em contraponto aos maus modos dos filhos dessa terra.
Nas nações civilizadas e cultas,o Grão-Alcaide, eminência pública sustentada por doações de ouro a peso, recebe dos
tributados ensandecidos, não somente frescos acepipes, mas uma saraivada de impropérios e críticas nas ruas, por onde passa, para onde vá quando lhes desagradam os modos. De dedo em riste. Em casos de alucinação individual e patológica, um plebeu pode arremessar o que tiver pela frente. Coisa de gente muito educada e civilizada, mas repugante para a bugrada daqui. Muito mais pragmático e menos dispendioso:
quanta falta faria um fruto, um inhame, uma iguaria. Impropérios são próprios de civilizações com vasta cultura vernacular.

Ah, a economia sólida dos
civilizados, tão pragmática!

Vossa Alteza não mereceria tamanho destrato como os urros dissonantes desta bugrada. Vossa Alteza,
deveria saber que um homem público nessa nação de caboclos, mamelucos e
cafusos, pode ser apupado por tradição, pode ser questionado,
observado, criticado, ser fotografado e de certa forma
ter sua vida devassada (com exceção dos seus concubinatos e
de seus aposentos mais íntimos, claro). Afinal, a patuléia é ciosa de seus parcos pertences entregues
bona fide à Vossa Alteza. Se Vossa Alteza não sabia, não
está preparada para a investidura do cargo divino requerido, para reger tão inóspita e
tropical capitania. Vossa Alteza poderia permanecer em seu
castelo dourado e procurar um reino encantado para ser
admirado e adorado de forma civilizada. E que os protestos
venham escritos em cartas perfumadas com almíscar e
alfazema, enrolada em envelopes de seda e amarradas com
vibrissas de tigres brancos da Sibéria. E que se propague a
todos os cantos deste rincão que Vossa Alteza foi ungido
por herança e estirpe, com a benção Divina. Tão mais
civilizado!

Texto escrito por Vanner Boere Souza, que não reflete necessariamente o pensamento do Coletivo UnB Livre.

Um comentário:

Anônimo disse...

Do Diretor do SINFUB: Dr. Constatin Constantan

A partir dessa data encerraremos nossos trabalhos. Vale chamar atenção de todos os colegas para mais esse acerto de nossas previsões estatísticas. No início da Semana informamos sobre a Vitória certa do Prof. Dr. José Geraldo como o novo reitor da Universidade de Brasília. Previsão esta que por alguma razão o prof. Hermes Lima veio publicá-la apenas no último dia de votação. Imaginamos o motivo, mas não queremos tecer críticas ao colega que sempre nos permitiu um espaço no seu Blog e dedicou parte do seu tempo à informação de acontecimentos relevantes nessa fase negra de transição de Gestão da UnB.


A esta vitória brilhante e oportuna do prof. José Geraldo e de todos aqueles do bem que o seguiram, primeiro devemos agradecer a Deus que, mesmo sem votar, olhou pelo futuro da nossa UnB e nos protegeu do mal que nos rondava. Segundo a todos aqueles alunos, funcionários e professores que votaram com o coração na UnB e a mente na moralidade, na ética e cidadania. Em terceiro lugar ao Ministério Público pelo trabalho competente e exemplar no zelo a coisa pública e na instauração e promoção da moralidade na nossa instituição. Postura esta que nos catalisou forças para lutar com perseverança e esperança. Finalmente, agradecemos a administração pro-tempore que soube conduzir esse período caótico de transição de forma serena e responsável, conseguindo deixar inclusive um caminho livre e filtrado para os gestores eleitos continuarem os trabalhos.
Agora sim podemos pensar em reconstruir a UnB, pois ela está salva e viva. Os ratos e as ratazanas voltarão para os seus respectivos esgotos, levando toda aquela sujeira que maculou de forma cruel e quase irreversível a imagem de nossa Instituição e de pessoas inocentes frente a sociedade brasileira. Levam também para suas “covas” o silêncio sepulcral do regime tenebroso Timothista-Finatequeísta com a tristeza e a ressaca de suas ganânicias, vaidades, dissimulações e interesses pessoais. Foi dado o grande passo para enterrar de vez a privatização-clientelista, a malversação, a hipocrisia e a imoralidade que contaminou nesses últimos 15 anos nossa amada instituição.

Como prevíamos, a Palmeira balançou embalada pela arrogância do seus ares, mas definitivamente não vai dar buritis, os Capos e seus Carcamanos provocadores, berrantes e babões findaram de vez, o Tarja Preta ficou encardido e não vai mais existir Marca. Os partidários do cinismo, da bajulação, da mentira, aqueles farsantes disfarçados de missionários da causa UnB que subestimaram colegas estão todos a esse momento envergonhados e corroídos por todo o mal que plantaram. Restaram-lhe o rechaço veemente das Urnas e o castigo com a marca vermelha 76 impregnada por quatro anos em suas testas. Como a UnB foi sábia!

Desejamos todo sucesso a gestão do prof. José Geraldo. Com ele certamente a UnB encontrará o caminho da transparência, da excelência na pesquisa, da valorização do ensino e da qualidade. Em pouco tempo, traremos juntos a UnB para a lista das melhores universidades do País e recuperaremos a credibilidade e de nossa instituição frente a sociedade. Que Vitória Inesquecível nossa, da UnB e de todo o povo Brasileiro.

Um Saudoso abraço

Diretoria do SINFUB – Serviço de Informação da FUB