domingo, 21 de setembro de 2008

Captação de recursos e privatização, uma via torta da chapa 73 para a universidade pública


Entre as propostas de gestão da chapa 73 está a ênfase na captação de recursos. Lógico que com mais dinheiro, há maiores possibilidades de executar políticas de ensino, pesquisa e extensão. Por trás desta lógica de aumento da captação está o mito de que as verbas públicas insuficientes para manter a UnB são a causa dos problemas da instituição. Certamente são escassas as verbas para uma UnB que deveria seguir o seu caminho de crescimento. Ocorre que as verbas públicas que aportaram à administração da UnB foram mal gastas. O noticiário deixa explícito estes desvios na aplicação do dinheiro público. Há mau gerenciamento também. Compra-se caro e errado. O estancamento dos vazadouros de verbas na UnB poderia drenar um considerável aumento de verbas em projetos de ensino, pesquisa e extensão. O mais importante, dando oportunidades para que talentos em estado vegetativo pudessem desenvolver seu potencial em pesquisa e/ou extensão.

A captação de verbas proposta pelos candidatos tem outra face mais perversa. Onde há muito dinheiro é na iniciativa privada e nas autarquias. Com projetos de captação de verbas a UnB teria que se tornar atrelada aos interesses de grandes corporações, não necessariamente cumprindo o seu objetivo social. As grandes corporações visam antes de mais anda o maior ganho, o lucro, e não garantem que estes ganhos sejam para projetos de amplitude social que possa melhrar a qualidade de vida da população de menor renda. Ora, a UnB é uma Universidade Pública, sustentada por verbas públicas originárias da contribuição fiscal de todos os brasileiros. A UnB paga os salários dos seus servidores com dinheiro público. As fundações terão um papel fundamental nesse processo de captação de verbas, tornando-se fortalecidas em caixa e funcionando sem controles. Se a UnB vai servir mais ao privado do que ao público, então temos um desvirtuamento da função social da Instituição.

Há outras formas de captar recursos> Por exemplo, aumentar as taxas e cobrar por espaços e serviços da UnB. Com a gestão da chapa 73, abre-se um campo para que a instituição cobre taxas administrativas maiores (ditas como “mais justas”) de matrícula, de emissão de documentos, de tramitação de processos, etc.

Pode se ver o futuro RU com refeições mais caras e por que não, com terceirização em regime de comodato das suas instalações. Os estacionamentos poderão ser pagos, poderá haver concessão por comodato (20 anos) para espaços para grandes redes de supermercados, shoppings e lanchonetes de fast food. Criação de apart-hoteis para servir aos estudantes (que puderem pagar). Transformação em autarquia o HUB, locando os espaços à iniciativa privada na saúde. A UnB se transformaria em um grande centro de mercado dada a sua posição privilegiada no Plano Piloto tanto quanto a sua população flutuante de estudantes, professores, funcionários e familiares; e clientes. Sem dúvida, seria um grande negócio para captação de recursos.

O texto é de autoria de Vanner Boere Souza e não reflete necessariamente a opinião do Coletivo UnB Livre.

Um comentário:

Anônimo disse...

Por que muitos professores da UnB estão deixando de lado a opção dos PETRALHAS 76 e querem os METRALHAS 73 DE VOLTA numa GESTÃO II??? Isto é Incrível! Só na UnB pode acontecer!

( ) Melhorar os índices da Pesquisa na UnB

(X) Mais Dinheiro no Bolso

(X) Clientelismo usando o dueto fundação-reitoria

(X) Privatização na rota da Malversação

(X) Vingança contra o MP

( ) Moralidade, ética e cidadania

(X) Petralhas Investigam e abrem tudo para TCU, PF e MPF

(X) Petralhas também pretendem valorizar o ensino e aqueles que se dedicam a essa atividade

(X) Dissumulação e Elitismo

Para a Sociedade a volta dos Metralhas 73 significará: Um Opróbrio em alto grau, uma desonra humilhante aqueles que zelam pela moralidade e a coisa pública, um Encômio a Impunidade.