"Gestão temerária" é um eufemismo para o estilo opulento, perdulário, paroquial, ambicioso e cheio de ilegalidades na administração do ex-reitor Timothy. A tônica da gestão foi o clientelismo e a luxúria em prol de seu projeto de poder. Um projeto que ainda tenta se manter em curso, com supostos objetivos eleitorais na política partidária.
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Não é surpresa que um grupo tente ferrenhamente se manter no poder ao patrocinar a viabilização de uma candidatura pró-timothy ou com um testa-de-ferro para a próxima eleição. O professor-servidor, o estudante ou o servidor-funcionário, devem estar atentos para a armadilha dos argumentos rasos que tentam desqualificar aqueles que querem a demoracia plena na UnB.
NÓS NÃO QUEREMOS E NÃO VAMOS ADMITIR UM ADMINISTRADOR QUE TENHA QUALQUER VÍNCULO COM A GESTÃO ANTERIOR.
Alguns professores ligados visceralmente à gestão timothy, tentam desesperamente passar a imagem de desvinvulação com a gestão anterior da reitoria. Argumentos do tipo: "não se pode generalizar", "não se pode atacar sem antes julgar", são argumentos que negam a realidade histórica. Na história, a voz do senso comum e as normas de conduta não-escritas são tão fortes quanto a justiça formal. Ou melhor, são estas vozes e as regras não-escritas que determinaram as normas da justiça formal.
Veja o que saiu no Correio Braziliense hoje:
O ex-reitor Timothy Mulholland descumpriu normas da UnB quando decidiu ocupar e mobiliar a cobertura da 310 Norte
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por João Campos - Da equipe do Correio
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O ex-reitor da UnB Timothy Mulholland foi o único administrador na história da universidade que usou o Conselho Diretor da Fundação Universidade de Brasília (FUB), órgão responsável pela gestão do patrimônio da instituição, em proveito próprio. Pelo Regulamento de Moradia da universidade, 25 dos 2.175 imóveis de propriedade da UnB constituem uma reserva técnica administrada pelo reitor e destinada a professores visitantes e colaboradores da Administração Superior. Timothy decidiu ocupar e mobiliar um desses imóveis — a cobertura do Bloco J da 310 Norte — com dinheiro que deveria ser destinado às pesquisas. O ex-reitor, que já responde a uma ação judicial por improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDF), agora pode ser alvo de uma sindicância interna. Isso porque, mesmo respaldado pelo Conselho Diretor, ele não poderia ter tomado a decisão sem consultar outras instâncias administrativas.
O ex-reitor da UnB Timothy Mulholland foi o único administrador na história da universidade que usou o Conselho Diretor da Fundação Universidade de Brasília (FUB), órgão responsável pela gestão do patrimônio da instituição, em proveito próprio. Pelo Regulamento de Moradia da universidade, 25 dos 2.175 imóveis de propriedade da UnB constituem uma reserva técnica administrada pelo reitor e destinada a professores visitantes e colaboradores da Administração Superior. Timothy decidiu ocupar e mobiliar um desses imóveis — a cobertura do Bloco J da 310 Norte — com dinheiro que deveria ser destinado às pesquisas. O ex-reitor, que já responde a uma ação judicial por improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDF), agora pode ser alvo de uma sindicância interna. Isso porque, mesmo respaldado pelo Conselho Diretor, ele não poderia ter tomado a decisão sem consultar outras instâncias administrativas.
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O comportamento do ex-reitor foi classificado de “gestão temerária” pela atual administração da universidade. O secretário de Comunicação Social da UnB, professor Luiz Gonzaga Mota, explica como funcionam os conselhos dentro da instituição. O Conselho Diretor — formado por professores e empresários — é a instância máxima da FUB, fundação responsável pela gestão financeira e patrimonial da UnB. O Conselho Universitário (Consuni) — composto por alunos, servidores e professores —tem a última palavra nas questões acadêmicas. “Apesar de atuarem em áreas distintas, o estatuto prevê a interação entre as partes. Antes de a decisão de um ser colocada em prática, é preciso consultar e debater o tema. Principalmente nas questões de destinação da verba pública”, ressaltou Mota.
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A decisão dos membros do Conselho Diretor de destinar a cobertura 604 da 310 Norte e mobiliá-la com artigos de luxo para o ex-reitor não chegou ao Consuni ou a qualquer outra entidade representativa da universidade. O decano de administração e finanças, João Carlos Teatini, membro do Consuni, conta que a atitude de Timothy, apesar de respaldada pela legalidade e autonomia do Conselho Diretor, feriu o interesse público e o caráter democrático da instituição. “Foi uma decisão tomada às escuras e por isso questionável”, disse. Segundo ele, o desvio de Timothy pode render a abertura de uma sindicância, a pedido de qualquer integrante dos conselhos superiores. “Mas preferimos deixar nas mãos da Justiça”, complementou o decano.
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Para visitantes
O capítulo IX do Regulamento de Ocupação e Manutenção dos Imóveis Residenciais da FUB determina que os imóveis da reserva técnica “são destinados à atração de pessoal de alto nível de qualificação, podendo contemplar o Professor Visitante e colaboradores diretos da Administração Superior, selecionados pela UnB para fortalecer e manter o seu quadro docente funcional”. A regra foi quebrada por Timothy. “Os reitores deveriam morar em apartamentos funcionais, na Colina, 205 ou 206 Norte”, lembrou Teatini.
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Além disso, o ex-reitor, em outra decisão inédita no Conselho, optou por decorar com recursos públicos a luxuosa cobertura de 400 metros quadrados. O decano de finanças explica que a prática fere os princípios institucionais de moradia. “A UnB não pode mobiliar os apartamentos. Entregamos em condições básicas de moradia: pintura, fiação elétrica e rede de água. A mobília é por conta do inquilino”, detalhou. Timothy usou indevidamente a verba destinada a pesquisas na universidade, captadas pela Fundação de Empreendimentos Tecnológicos (Finatec). Só na mobília e utensílios domésticos foram gastos R$ 470 mil e mais R$ 72 mil em um carro de luxo. O desvio de verba dentro da UnB é alvo de sindicâncias do MPDF e da Controladoria-Geral da União (CGU) desde o fim de abril.
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A decisão de vender os artigos e imóveis de luxo comprados pela administração da universidade, anunciada em reunião na última quinta-feira, foi comemorada pela comunidade acadêmica. A vice-presidente da Associação dos Docentes da UnB (AdunB) e professora do Departamento de Engenharia, Graciela Nora Doz, criticou a ação do Conselho Diretor. “Sempre ressaltamos a ilegalidade e a elitização nas decisões do Conselho. A venda desses imóveis é uma tentativa de trazer a universidade de volta à normalidade”, declarou.
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O estudante de matemática, Elinaldo Moraes, 23 anos, ressalta a necessidade de rever a estrutura dos conselhos. Para ele, o debate sobre a paridade entre os segmentos nas decisões políticas é fundamental para a UnB sair da crise administrativa. “O Conselho Diretor, por exemplo, é formado só por professores. É preciso dar mais voz aos estudantes e servidores para fazer da UnB um ambiente mais democrático e evitar novos escândalos como os da última gestão”, afirmou. Hoje, os professores tem 70% de peso nas votações. Estudantes e servidores, 15% cada. Representantes do MPDF preferiram não comentar a decisão, por se tratar de um assunto administrativo interno."
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Um comentário:
Quanto à materia: "O ex-reitor Timothy Mulholland descumpriu normas da UnB quando decidiu ocupar e mobiliar a cobertura da 310 Norte ", me veio a mente uma outra questão. O reitor ocupava uma apartamento funcional na 205 norte antes de ir para a cobertura da 310 norte e pelo que sei, ao deixar a cobertura voltou para o mesmo imóvel funcional que ocupava. Durante o período na cobertura, em que situação ficou o imóvel funcional da 205 norte? Ficou esperando por sua volta? Foi ocupado por alguém transitoriamente? Se foi ocupado, por quem foi (funcionário da UnB, professor da UnB, alguém externo à UnB)? Essa situação foi regular? Alguém que conheça as regras de ocupação dos imóveis funcionais pode nos explicar o que ocorreu? A única coisa que sei é que existe uma lista enorme de professores e funcionários da UnB na lista de espera por um apartamento funcional.
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