sábado, 31 de maio de 2008

ERRATA sobre totó, gritos e torneio de arrotos no Centro Acadêmico


O Professor Carlos Pio (IPOL) no debate público sobre a paridade, fez declarações que geraram réplicas, entre as quais, uma em específico da Profa. Rita Segato (veja aqui).

O Prof. Carlos Pio enviou mensagem ao blog, nestes termos:

"Prezada Profa. Rita Segato,Tomei conhecimento desta mensagem por um aluno do CA de Ciência Política que, indignado, procurou-me para dizer que o CAPOL jamais serviu de guarida para desordeiros.Na verdade, o estudante está correto e seu texto errado.Tenho um vídeo do debate e posso fazer uma cópia que a senhora ateste que JAMAIS FIZ MENÇÃO AO CAPOL, mas a UM DOSCA'S LOCALIZADOS NO PRÉDIO DA FACE/FDIREITO. Preferi omitir deliberadamente de qual dos CA's se tratava justamente para evitar este tipo de problema. No entanto, como a senhora tomou a frente e postou sua versão das minhas palavras no debate, sinto-me na obrigação de corrigir-lhe. Tratava-se do CA de Ciências Contábeis-CACIC e o episódio narrado naquele evento não visava ridicularizar o alunado da UnB, como a senhora maldosamente faz parecer.Gostaria de pedir-lhe que retire do seu texto a designação IPOL (Instituto de Ciência Política) como referência ao CA que foi objeto de minhas considerações.

Atenciosamente,

Carlos Pio "


A resposta foi postada hoje, pela Profa. Rita Segato, nestes termos:

"ERRATA

Prezado Administrador do blog UnB Livre: a pedido do próprio professor citado, por favor retifique o nome do CA ao qual o Prof. Carlos Pio fez referência na sua fala que critiquei. Os estudantes que jogam totó, gritam e fazem competição de arrotos és "UM DOS CA'S LOCALIZADOS NO PRÉDIO DA FACE/FDIREITO", e não os do CA de Ciências Políticas - CAPOL.

Obrigada,

Rita Segato"

Timothy fez "Gestão temerária" na UnB


"Gestão temerária" é um eufemismo para o estilo opulento, perdulário, paroquial, ambicioso e cheio de ilegalidades na administração do ex-reitor Timothy. A tônica da gestão foi o clientelismo e a luxúria em prol de seu projeto de poder. Um projeto que ainda tenta se manter em curso, com supostos objetivos eleitorais na política partidária.
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Não é surpresa que um grupo tente ferrenhamente se manter no poder ao patrocinar a viabilização de uma candidatura pró-timothy ou com um testa-de-ferro para a próxima eleição. O professor-servidor, o estudante ou o servidor-funcionário, devem estar atentos para a armadilha dos argumentos rasos que tentam desqualificar aqueles que querem a demoracia plena na UnB.


NÓS NÃO QUEREMOS E NÃO VAMOS ADMITIR UM ADMINISTRADOR QUE TENHA QUALQUER VÍNCULO COM A GESTÃO ANTERIOR.


Alguns professores ligados visceralmente à gestão timothy, tentam desesperamente passar a imagem de desvinvulação com a gestão anterior da reitoria. Argumentos do tipo: "não se pode generalizar", "não se pode atacar sem antes julgar", são argumentos que negam a realidade histórica. Na história, a voz do senso comum e as normas de conduta não-escritas são tão fortes quanto a justiça formal. Ou melhor, são estas vozes e as regras não-escritas que determinaram as normas da justiça formal.

Veja o que saiu no Correio Braziliense hoje:
O ex-reitor Timothy Mulholland descumpriu normas da UnB quando decidiu ocupar e mobiliar a cobertura da 310 Norte
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por João Campos - Da equipe do Correio
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O ex-reitor da UnB Timothy Mulholland foi o único administrador na história da universidade que usou o Conselho Diretor da Fundação Universidade de Brasília (FUB), órgão responsável pela gestão do patrimônio da instituição, em proveito próprio. Pelo Regulamento de Moradia da universidade, 25 dos 2.175 imóveis de propriedade da UnB constituem uma reserva técnica administrada pelo reitor e destinada a professores visitantes e colaboradores da Administração Superior. Timothy decidiu ocupar e mobiliar um desses imóveis — a cobertura do Bloco J da 310 Norte — com dinheiro que deveria ser destinado às pesquisas. O ex-reitor, que já responde a uma ação judicial por improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDF), agora pode ser alvo de uma sindicância interna. Isso porque, mesmo respaldado pelo Conselho Diretor, ele não poderia ter tomado a decisão sem consultar outras instâncias administrativas.
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O comportamento do ex-reitor foi classificado de “gestão temerária” pela atual administração da universidade. O secretário de Comunicação Social da UnB, professor Luiz Gonzaga Mota, explica como funcionam os conselhos dentro da instituição. O Conselho Diretor — formado por professores e empresários — é a instância máxima da FUB, fundação responsável pela gestão financeira e patrimonial da UnB. O Conselho Universitário (Consuni) — composto por alunos, servidores e professores —tem a última palavra nas questões acadêmicas. “Apesar de atuarem em áreas distintas, o estatuto prevê a interação entre as partes. Antes de a decisão de um ser colocada em prática, é preciso consultar e debater o tema. Principalmente nas questões de destinação da verba pública”, ressaltou Mota.
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A decisão dos membros do Conselho Diretor de destinar a cobertura 604 da 310 Norte e mobiliá-la com artigos de luxo para o ex-reitor não chegou ao Consuni ou a qualquer outra entidade representativa da universidade. O decano de administração e finanças, João Carlos Teatini, membro do Consuni, conta que a atitude de Timothy, apesar de respaldada pela legalidade e autonomia do Conselho Diretor, feriu o interesse público e o caráter democrático da instituição. “Foi uma decisão tomada às escuras e por isso questionável”, disse. Segundo ele, o desvio de Timothy pode render a abertura de uma sindicância, a pedido de qualquer integrante dos conselhos superiores. “Mas preferimos deixar nas mãos da Justiça”, complementou o decano.
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Para visitantes
O capítulo IX do Regulamento de Ocupação e Manutenção dos Imóveis Residenciais da FUB determina que os imóveis da reserva técnica “são destinados à atração de pessoal de alto nível de qualificação, podendo contemplar o Professor Visitante e colaboradores diretos da Administração Superior, selecionados pela UnB para fortalecer e manter o seu quadro docente funcional”. A regra foi quebrada por Timothy. “Os reitores deveriam morar em apartamentos funcionais, na Colina, 205 ou 206 Norte”, lembrou Teatini.
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Além disso, o ex-reitor, em outra decisão inédita no Conselho, optou por decorar com recursos públicos a luxuosa cobertura de 400 metros quadrados. O decano de finanças explica que a prática fere os princípios institucionais de moradia. “A UnB não pode mobiliar os apartamentos. Entregamos em condições básicas de moradia: pintura, fiação elétrica e rede de água. A mobília é por conta do inquilino”, detalhou. Timothy usou indevidamente a verba destinada a pesquisas na universidade, captadas pela Fundação de Empreendimentos Tecnológicos (Finatec). Só na mobília e utensílios domésticos foram gastos R$ 470 mil e mais R$ 72 mil em um carro de luxo. O desvio de verba dentro da UnB é alvo de sindicâncias do MPDF e da Controladoria-Geral da União (CGU) desde o fim de abril.
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A decisão de vender os artigos e imóveis de luxo comprados pela administração da universidade, anunciada em reunião na última quinta-feira, foi comemorada pela comunidade acadêmica. A vice-presidente da Associação dos Docentes da UnB (AdunB) e professora do Departamento de Engenharia, Graciela Nora Doz, criticou a ação do Conselho Diretor. “Sempre ressaltamos a ilegalidade e a elitização nas decisões do Conselho. A venda desses imóveis é uma tentativa de trazer a universidade de volta à normalidade”, declarou.
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O estudante de matemática, Elinaldo Moraes, 23 anos, ressalta a necessidade de rever a estrutura dos conselhos. Para ele, o debate sobre a paridade entre os segmentos nas decisões políticas é fundamental para a UnB sair da crise administrativa. “O Conselho Diretor, por exemplo, é formado só por professores. É preciso dar mais voz aos estudantes e servidores para fazer da UnB um ambiente mais democrático e evitar novos escândalos como os da última gestão”, afirmou. Hoje, os professores tem 70% de peso nas votações. Estudantes e servidores, 15% cada. Representantes do MPDF preferiram não comentar a decisão, por se tratar de um assunto administrativo interno."
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Veja mais clicando aqui.
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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Nepotismo e clientelismo na UnB, uma rotina


UnB regularizará contratos terceirizados

Universidade tem 2,2 mil funcionários nessa situação e discute termo de ajuste de conduta para solucionar o problema
O reitor pro tempore da UnB, Roberto Aguiar, ressaltou, ainda, o fato de haver uma rede de “clientelismo e nepotismo” nas contratações dentro da universidade. “Há muitos funcionários com relações de parentesco dentro da instituição. Às vezes, não há nem processo de seleção e a informação é de que a vaga não está mais aberta, pois é preenchida por conhecidos”, explica Aguiar.

Veja a informação completa produzida pela SECOM/UnB clicando aqui.

(1.) Mais sobre o destino dos LUXOS na UnB, (2.) Antonio Manoel (Finatec) será intimado pos gastos irregulares

Clique na imagem para ampliar - Jornal de Brasília - 30/05/2008
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Leia a continuação da matéria clicando aqui.

Trocar o luxo e se desfazer do lixo


A administração pro-tempore da UnB, resolveu trocar os luxuosos apartamentos onde vivia o ex-reitor e seu séquito, por apartamentos menores e mais rentáveis. Alguns itens do palacete da ex-reitoria ainda não receberam destinação. Ainda em clima de estarrecimento, a administração pro-tempore expôs uma série de irregularidades e ilegalidades ocorridas na Editora da UnB. Veja aqui a matéria do Correio Braziliense.

O UnB Livre não quer apenas a troca do LUXO; quer que a UnB dê o devido destino às LIXEIRAS.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Os inimigos da UnB que fizeram da Editora um escândalo nacional


A Editora da UnB, gerenciada por Alexandre Lima (amigo de duas décadas do ex-reitor), está cheia de irregularidades que lentamente vão sendo apresentadas à comunidade acadêmica e à sociedade.



"Prestação de contas da Editora da UnB apresenta irregularidadesVice-reitor da entidade divulgou o relatório nesta manhã.

Gratificações abusivas para prestadores de serviços, entrega de senhas que permitiam a movimentação de recursos para pessoas de fora da UnB e contratos que não atendiam aos interesses acadêmicos foram três dos problemas mais graves apontados pela nova gestão da entidade, no relatório de prestação de contas apresentado nesta manhã pelo vice-reitor temporário, José Carlos Balthazar. "Constatamos que tinham pessoas que recebiam gratificações de até R$ 12 mil, que é mais do que o próprio reitor ganha mensalmente" , explicou. "

Denúncias gravíssimas no HUB: maus tratos aos funcionários.


O Hospital Universitário da UnB (HUB) está sendo ouvido peo reitor pro-tempore. Muitas irregularidades: " Aguiar ouviu denúncias sobre assédios moral e sexual, desrespeito aos direitos trabalhistas na contratação de terceirizados (que não têm carteira assinada, não recebem 13º salário, nem vales transporte, por exemplo) e descaso com a própria estrutura do HUB."Falta qualificação dos gestores e, por isso, as relações internas são tão difíceis. O caso é ainda mais perverso quando se trata dos terceirizados, que são verdadeiros escravos", afirma um dos coordenadores-gerais do Sintfub, Cosmo Balbino" (clique aqui para ver a matéria completa produzida pela SECOM da UnB).
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Esee problema já havia sido denunciado em 26/04/2008 pelo Jornal de Brasília e pelo blog Ciência Brasil. Vejam a palavras do colega Marcelo Hermes-Lima (MHL)
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abre aspas
O Jornal de Brasilia de hoje (26/04) (...) inclui uma denúncia serrísima de maus tratos de servidores do HUB (em especial os da cozinha e da lavanderia) - coisa de filme de terror. A antiga administração da UnB sabia de tudo e nada fez. Para ler a matéria (que tambem fala da CPI das ONGs) clique aqui.

O blog Ciência Brasil em breve trará um podcast com detalhes sórdidos dos descalabros que acontecem no HUB. Há relatos, por exemplo, que funcionários teriam limitação de uso de banheiro para suas necessidades - tudo para que o serviço não pare. .pare...................................................................(Fonte: clique aqui)

Mais e mais novidades da INCRÍVEL HISTÓRIA de Alexandre Lima e sua ligação com o timotismo.

Clique na imagem para ampliar - Jornal de Brasília de 29/05/2008.
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Uma outra parte desta reportagem pode ser lida clicando aqui.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Fãs e apoiadores, os timotistas estarão na ADUnB


O comprometimento das hostes timotistas com a eleição de um suposto grupo neutro e preocupado com a "ADUnB para os professores" é incontestável. A prática insidiosa e obscura de ataques aos professores comprometidos com a justiça e transparência, é cada vez mais evidenciada nas falas, nos posts, nas mensagens e na prática acadêmica. Abaixo transcrevemos um post anônimo inserido ontem no blog Ciência Brasil.
"Anônimo disse...

Do Caçador de X9
Aí Gênio do Mal:
Sou Timotista sim e detesto você e o cara atrás do grifo em vermelho "Ricardo Francisco de Sousa". Vamos ganhar as próximas eleições de lavagem igual a da ADUnB e vamos mandar tu e toda tua turma de X9 para uma Sabática de 10 anos na Universidade Central do Himalia. Lá tua língua vai congelar e cair. Dedo-duro nojento.
passe bem
26 de Maio de 2008 21:15".


O blog Ciência Brasil divulgou a informação que o ex-reitor Timothy Mullholand será candidato a reitor nas próximas eleições.

SURREALISMO OU HIPERREALISMO?

A luxúria do ex-reitor: o que fazer com o luxo do palacete pago pela UnB?

Deu no Jornal de Brasília de hoje - Clique na imagem para ampliar
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Sugestão para o que fazer com os sofas e mini-cinema: doar para a BCE. Lá eles terão utilidade.

domingo, 25 de maio de 2008

Voto Paritário: mais idéias pró e contra


O Prof. Juan Jose Verdesio (FAV) e o Prof. Vanner Boere (IB), travam uma interessante troca de idéias sobre os princípios do voto paritário, contextualizando-o na história e no ser professor de Universidade Pública.
O diálogo virtual ocorreu no blog Ciência Brasil, mas pode ser acessado diretamente clicando aqui.

A HISTÓRIA DA UNB SOB O PONTO DE VISTA DE FRANK SVENSSON


Nem tudo está perdido! - Contribuição ao congresso estatuinte UNB 2008.

Frank Svensson – professor aposentado FAU UNB.

Passei por Brasília em 1958 como estudante de arquitetura da EAUMG fazendo parte de um grupo de estagiários encarregados do levantamento patrimonial de Pirenópolis. Empolgado, voltei em todas os períodos de férias de fim de ano do meu curso, como estagiário do escritório dirigido por Oscar Niemeyer então situado junto ao Palace Hotel.

Eu já exercia uma militância político partidária a qual nunca abandonei. Desde então considero a ideologia da não ideologia uma ideologia de direita, alienada e conservadora. Convidado pelo amigo Geraldo Joffily diretor nacional do Juizado de Menores participei de algumas reuniões onde inclusive se discutia o projeto de uma universidade para Brasília. Em uma delas participou Luis Carlos Prestes.

Não me lembro se em 1962 ou 1963 o professor Edgard Graeff de saudosa memória proferiu a primeira aula inaugural da UNB à sombra de uma das árvores situadas entre o que hoje é a sede do CEPLAN e o Auditório do Departamento de MÚSICA. Não estive presente. Já graduado, havia aceitado um convite para trabalhar na SUDENE de Celso Furtado. Por meio de colegas e camaradas, no entanto, sempre me mantive informado sobre os destinos da UNB. Mais tarde ausente involuntariamente do Brasil na Argélia, trabalhando numa equipe dirigida por Darci Ribeiro, tive acesso a uma cópia do original do projeto elaborado por seus fundadores.

Vivíamos no Brasil um momento que eu caracterizaria como de salto histórico. A política que se queria era de terceira via, o binômio Energia e Estradas, a criação da SUDENE, dos organismos de Planejamento Regional e do Ministério de Planejamento Nacional, bem como o surgimento da nova capital como referência para a reforma urbana do país, e da UNB para a reforma universitária, eram viva expressão disso.

Características do projeto da UNB

Entre os que participaram da formulação do projeto da UNB estavam nomes como Anísio Teixeira, Heron de Alencar, Samuel Goldenberg, Leite Lopes e outros intelectuais progressistas. Ante a necessidade de um primeiro reitor lembrou-se do nome de Darcy Ribeiro.

Resultou um projeto progressista. Para ser aceito como professor da nova universidade era mérito ter militância político partidária, ser engajado na perspectiva de emancipação da nação brasileira. O projeto tinha três metas principais: 1) Ser uma instituição produtora de conhecimento com base científica; 2)Ser um centro de excelência comparável às melhores universidades dos países altamente industrializados; 3)Orientar sua produção à solução dos problemas candentes do pais.

A esquerda existente ainda tinha muito de positivista, mas era defensora dos princípios republicanos e assim de um serviço publico e laico. Caracterizava-se pelo pensamento objetivo crítico, o que ocasionava intensa luta pelas almas entre militantes da mesma e os defensores do pensamento humanista católico neojesuíta. Em decorrência havia sido criado, a partir da Juventude Universitária Católica e com a assessoria de professores da Universidade de Louvain na Bélgica, uma federação de militância política denominada Ação Popular. Além desta e dos estudantes do PCB marxista-leninista surgiu uma terceira organização por nome POLOP, Política Popular com conotações terceiro-mundistas e neotrotskistas. Apesar de divergências de visão de mundo as decisões dessas organizações entre si em favor da UNB eram sempre decisões de frente ampla, decisões de consenso. Havia também militantes das Juventudes do PTB e do PSD.

Formação de professores e alunos

Uma das grandes preocupações era a formação de novos professores para um novo tipo de aprendizado. No turno da manhã funcionavam os cursos de pós-graduação em torno dos poucos professores inicialmente contratados. As aulas ministradas pela manhã eram depois repetidas à tarde para os graduandos por meio dos pós-graduandos sob forma de monitores.

A universidade era composta de cinco grandes institutos como entidades máximas responsáveis pela gestão de variadas formas de produção de conhecimento. Correspondiam a cinco grandes agrupamentos das formas de prática e conhecimento humano: Ciências da Terra: Ciências Humanas; Ciências Exatas; e Artes. Dentro dos institutos havia faculdades em correspondência às profissões estabelecidas no país.

Os dois primeiros anos dos cursos profissionalizantes constavam de cursos básicos de formação oferecidos respectivamente por cada um dos cinco institutos, Só depois o aluno comporia de forma orientada o seu próprio currículo de formação profissional. Deveria ao fim de seu curso ter obtido um mínimo de 240 créditos dos quais a metade em matérias oferecidas na faculdade correspondente. A outra metade dos créditos seriam obtidos de forma orientada em matérias oferecidas no restante da universidade.

Já no início dos anos 1970 surgiu a possibilidade de trabalhos de conclusão de curso inter-disciplinares. O objeto considerado era comum a alunos de distintas faculdades, sendo a avaliação do trabalho final feita nas faculdades de per-se.

Para cada instituto era previsto um centro interdisciplinar de pesquisa e planejamento com possibilidade de captar recursos através da solução de problemas práticos da vida ativa desde que ainda não resolvidos pelas forças de mercado. Desta forma surgiriam informações importantes oriundas da solução dos problemas candentes do país para o próprio plano pedagógico da UNB.

Como hospital universitário funcionou durante vários anos o Hospital de Sobradinho. Em Planaltina foi fundada uma escola para as profissões de nível médio para o trabalho na área rural.

Paralelamente aos Institutos instituiu-se uma Faculdade de Educação para formação de professores visando o ensino básico do Distrito Federal. Ligado a esta faculdade funcionava um ginásio experimental para treinamento de professores da Faculdade e formação de alunos do ensino médio, o CIEM.

A UNB como universidade da capital do país foi pensada como de caráter regional. Nesse sentido foram previstos campi avançados sendo o mais efetivo o de Aragarças que atendia também a população indígena da ilha do Bananal.

No início a UNB não adotou uma estrutura departamental. Era composta de grupos de trabalho visando a solução de problemas concretos cujas constatações alimentavam o plano pedagógico dos cursos de formação profissional.

Alterações do Projeto inicial da UNB

Com o advento do governo militar no país em 1964 a UNB foi considerada reduto de subversivos.

Afastado involuntariamente, por motivos políticos, do país por 16 anos não estive presente aos acontecimentos na UNB entre 1972-1989 não devendo incidir em detalhes a respeito. Outros sabem fazê-lo com muito mais precisão. O que eu sei dizer é que ante a reação dos novos professores proclamando uma greve geral em 1965 os militantes do PCB, em minoria face às outras organizações políticas, ponderaram estar-se entregando o ouro ao bandido. Supunha-se que o governo não poderia fazer funcionar a universidade e assim recuaria, mas não foi o que ocorreu. Resultou numa caça aos professores e alunos militantes de esquerda e o governo passou a preencher os cargos com pessoas fieis ao regime militar. Valeu-se até de jovens norte-americanos do Peacecorp daquele país, apresentados por sua Aliança para o Progresso.

Durante o regime militar a UNB manteve em boa parte sua estrutura funcional. Enviou inúmeros bolsistas para os países do chamado 1° mundo no intuito de se pós-graduarem. Como o enfoque de problemas candentes do Brasil passava pelo filtro ideológico do regime, as fontes financiadoras o faziam segundo o gosto do regime e a vontade do bolsista. sem participação em nenhuma política coordenada de pesquisa. No meu entender foi a primeira medida de desmantelamento do projeto inicial da UNB quanto a seu conteúdo.

O estágio no exterior permitia ao bolsista adquirir um considerável registro de comparações, assim como, vivenciar a realidade de algum país altamente industrializado. Geralmente nalguma universidade muito bem equipada e com amplos recursos para seu funcionamento. Para a grande maioria isso ofuscava o esclerosamento nesses países de muitos hábitos herdados da origem medieval e das imperfeições das medidas de sua superação. Para enfrentar a carga nobiliárquica da cátedra vitalícia, por exemplo, haviam surgido ali as estruturas departamentais. Algo que o projeto da UNB superara por força de país novo. O projeto da UNB havia substituído a estrutura de departamentos por uma estrutura de grupos de trabalho interdisciplinares com base na solução de problemas concretos.

Sendo as soluções dos problemas candentes geralmente vistas como de caráter subversivo, restava ao bolsista retornado construir uma disciplina segundo o tema de sua pós-graduação e limitar-se a uma prática de sua teoria pondo um pé no mercado externo à academia e ficar dividido quanto a sua dedicação exclusiva. A universidade viu-se povoada de disciplinas desconexas entre si e desligadas de sua aplicação prática.

Como o interesse pelas experiências concretas dos paises em busca do socialismo foi excluído da universidade, restaram duas tendências dominantes de visão de mundo, o que até hoje caracteriza a composição ideológica da UNB: o neojesuitismo e o social-darwinismo. Expressão flagrante disso foi a recente eleição para a ADUNB-UNB. Duas chapas com fortes raízes no humanismo católico, amigo do povo e com pena dos pobres, e uma chapa marcada pelo pragmatismo republicano defensor da causa publica e laica. Ambas acreditando que basta melhorar o capitalismo segundo os respectivos princípios dessas tendências, para se alcançar uma sociedade justa e fraterna. Como nenhuma das duas incorpora a busca do conhecimento da transformação e das mudanças da realidade através do pensamento objetivo crítico, mostram-se débeis na resistência ao favoritismo e a corrupção hoje enfrentada pela UNB.

O advento das idéias neoliberais e da globalização capitalista no fim do século XX teve fortes reflexos na UNB. De início sorrateiramente para depois ser defendido abertamente passaram a ser vistos como melhores professores aqueles capazes de captar recursos financeiros externos à universidade. O corpo de engenheiros é dentre os profissionais liberais o que historicamente mais se adestrou na fundação de fabricas e empresas de construção. Não é por acaso que a principal instituição captadora de recursos veio a ser a FINATEC por iniciativa da Faculdade de Engenharia.

A UNB passou a se caracterizar, portanto, por uma fundamental contradição ideológica, bem como, por um acentuado comportamento individualista. Comportamento que abriu as portas da universidade ao capital financeiro e a distorção da produção de conhecimento em produção de capital. Só faltou tornar-se acionária com participação na Bolsa de Valores.

A possibilidade da negação da negação

Hoje a UNB vive um novo momento histórico que pode ser caracterizado como um salto histórico. Isso me faz recordar uma explicação dada pelo professor Edgard Graeff quando no inicio da UNB lhe foi perguntado por alunos o que e como era essa lei da História. Professor Graeff o era de História e Teoria da Arquitetura. Dizia ele: No início os homens viviam livres na natureza, eram donos da paisagem e do horizonte. Depois com a produção de excedentes surgiram as feiras como pontos de troca e posteriormente as cidades com suas praças e mercados. A liberdade inicial foi negada por um novo tipo de assentamento que necessitava proteger-se contra a usura e cobiça de outros assentamentos e donos de terra. As cidades freqüentemente resultaram fortificadas e de conteúdo exíguo e comprimido. Hoje estamos em vias de uma nova formação social; ferramentas modernas e novos meios de produção passam a exigir assentamentos de outra grandeza. Escala, proporção e fluidez espacial necessitam ser de novo tipo como estamos considerando com o plano de Brasília.

Esta negação da primeira negação nos permitirá também recuperar valores perdidos a partir da primeira negação. É por isso que estamos elevando os prédios de apartamentos sobre pilotis. Os habitantes de Brasília poderão percorrer o terreno com toda liberdade e apropriarem-se de sua paisagem, bem como, de seu horizonte.

Esse modesto exemplo serve também para a UNB. Neste segundo salto histórico que eclodiu por iniciativa dos estudantes; por uma mocidade ávida e entusiasta, é possível recuperar valores e hábitos perdidos e abandonados à partir do primeiro salto histórico: o contraditório na compreensão da realidade e os mecanismos de interação e ação recíproca necessários à intervenção na mesma. Não se trata de repetir particularidades. Isso seria ortodoxia. Mas de recuperar conquistas essenciais como referencias históricas e cognitivas.

SOBRE PARIDADE E AVALIAÇAO DE PRODUTIVIDADE CIENTÍFICA: meia dúzia de questões.





SOBRE PARIDADE E AVALIAÇAO DE PRODUTIVIDADE CIENTÍFICA:

Meia dúzia de questões suscitadas pelo debate entre os professores Luiz Henrique Schuch (UFPel/ANDES-SN) e Carlos Roberto Pio da Costa Filho (IREL/UnB), acontecido na quarta feira 19/5/2008 no Anf.9 e convocado pela ADUNB.

Divulgo aqui brevemente os meus comentários à intervenção do professor Pio nesse debate.

Rita Laura Segato

O professor Carlos Pio colocou no centro do seu argumento contrário à paridade o fato de que, para ele, as universidades de ponta na pesquisa acadêmica, isto é, aquelas que apresentam os melhores resultados em produtividade científica, não têm eleição para reitor nem muito menos escolha paritária. Como exemplo, o professor mencionou o conglomerado de universidades do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos.

O professor Pio afirmou a incapacidade dos estudantes para decidir, e sustentou sua afirmação no fato de que os alunos que freqüentam o CA do IPOL jogam totó, falam em voz alta e fazem competição de arrotos. Com relação aos professores, o professor Pio enfatizou que é o mérito acadêmico o que lhes confere autoridade e deve garantir-lhes uma maior parcela de poder, e fez questão então de interrogar ao seu opositor na mesa, o professor e veterinário Luiz Schuch, a respeito da sua titulação.

Depois de ouvir as excelentes intervenções de alguns estudantes e desconcertada pelo teor e a baixa civilidade dos recursos usados pelo colega na sua argumentação – em especial o recorte tendencioso do seu exemplo sobre o comportamento estudantil e as conseqüências desabonadoras desta escolha para o conjunto dos estudantes -, solicitei um turno para falar, e disse o seguinte, que gostaria de compartilhar neste blog:

1. O professor Pio desqualificou duas vezes sua própria fala ao se valer do comportamento dos freqüentadores do CA do IPOL e do fato de que seu interlocutor no debate não tem doutorado. Baste dizer que foi um grupo de professores doutores quem decidiu os desvios de fundos da Universidade de Brasília para compra de mobília luxuosa de uso pessoal e de enfeites de natal de alto preço como renas peludas e alces de perna mole (além de gastos de dinheiro público em serviços impronunciáveis durante viagens, que já são do domínio do Ministério Público). Infelizmente, comprovamos que titulação acadêmica não garante lisura na administração, e um REITOR é, antes que nada, um ADMINISTADOR.

2. A diferença CENTRAL E DETERMINANTE entre as Universidades que o professor Pio descreve como exemplares por serem “altamente produtivas” e “de ponta” e a nossa universidade não reside no fato de que aquelas não tem escolha paritária para Reitor. A diferencia CENTRAL E FUNDAMENTAL para entender a distância que nos separa dessas universidades são os investimentos estatais com que elas contam não meramente no âmbito da pesquisa científica propriamente dita, mas também para estimular a experimentação e ampliação do convívio democrático em campus. Nessas universidades que o prof. Pio chama de exemplares, ainda não sendo gratuitas e ainda nos casos em que são plenamente particulares, o investimento estatal para os avanços da pesquisa e da democracia nos campi é sideralmente superior ao investimento estatal em qualquer uma de nossas universidades.

3. Contudo, são essas universidades de orçamentos INCOMENSURÁVEIS com os nossos as que fixam e determinam, para nós, os parâmetros do que seja “produtividade em pesquisa” e resultados, mediante sua influência global também sustentada com empréstimos para a Educação concedidos aos nossos governos. Toda a medição de produtividade e de resultados nas avaliações dos nossos cursos emana de um parque acadêmico que, por sua abismal vantagem em termos de recursos define um padrão inatingível para nós. Nós entramos assim numa competição em que não controlamos NEM OS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA QUALIFICAR NO PÁREO NEM AS PRÓPRIAS REGRAS QUE DEFINEM A COMPETIÇÃO!!!

4. A pesar disso, colegas, muitos de nós fecham os olhos e ACEITAM acompanhar a prédica de professores como o Carlos Pio, que insiste em validar os parâmetros globais, em cuja definição não participamos, MAS SOMENTE ACATAMOS. Esse acatamento significa que aceitamos medirmo-nos com instituições que contam com condições incomensuráveis com as nossas NA ARENA EM QUE ELAS NOS CONVOCAM E COM AS REGRAS QUE ELAS FIXAM PARA CONCORRER. É urgente revisar o que o professor Pio chama de “resultados” e criar parâmetros de produtividade que tenham significado a partir das nossas realidades. É urgente descolonizar os parâmetros e a própria concepção de avaliação e medição de resultados. É urgente formular um conjunto de regras que captem e, sobre tudo, ESTIMULEM A IMAGINAÇÃO INTELECTUAL E A CREATIVIDADE no ambiente em que nos toca viver, com suas limitações, mas, também, com suas particularidades e incentivos próprios: SEMPRE ESTIVE CONVENCIDA DE QUE EXISTE UM UNIVERSO DE QUESTÕES QUE SE PODE ENXERGAR / FORMULAR / PENSAR / PESQUISAR / DESCOBRIR / PROPOR DAQUI, e NÃO DE LÁ. Temos que rejeitar A DIVISÃO MUNDIAL DO TRABALHO INTELECTUAL, QUE NOS IMPÕE UNILATERALMENTE SERMOS PRODUTORES DE DADOS BRUTOS DE PESQUISA EMPÍRICA, MAS NOS IMPEDE SER FORMULADORES DE MODELOS TEÓRICOS. Temos que descolonizar as nossas universidades e isso demanda, NECESSARIAMENTE, DESCOLONIZAR OS PARÁMETROS E ÍNDICES DE AFERIÇÃO DE PRODUTIVIDADE E O CONCEITO DE RESULTADOS QUE SE IMPÓS A NÓS. O local do nosso trabalho é AQUI E AGORA: local, regional, nacional e sub-continental, PARA PODER SER UNIVERSAL E FAZER TEORIA.

5. Se é por falarmos em RESULTADOS, solicito aos colegas que considerem o seguinte: Aqui, na Universidade de Brasília, ACABA DE SE PRODUZIR UM RESULTADO DE CONTUNDÊNCIA INEGÁVEL. Esse resultado toca no cerne de toda a questão elaborada acima nesta mensagem, porque diz respeito a RECURSOS: recursos para pesquisa, recursos para ensino. E ESSE RESULTADO FOI PRODUZIDO NÃO POR NÓS, DOCENTES, E SIM POR ELES, OS ESTUDANTES, que muitos entre nós pretendem continuar alijando dos processos decisórios na nossa universidade. ELES, E NÃO NÓS, GARANTIRAM A RECONDUÇÃO DOS RECURSOS AOS SEUS FINS E O RETORNO À TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO. Se somos cientistas, devemos ser FIÉIS AOS FATOS e, neste caso, o dado que temos é o DADO HISTÓRICO E LOCALIZADO do nosso processo particular: FORAM NOSSOS ESTUDANTES QUE PRODUZIRAM ESTE RESULTADO. A eles nos referimos quando defendemos a eleição paritária para o próximo Reitor.

6. Ao futuro imediato devemos deixar a ESTATUINTE PARITÁRIA e uma discussão aprofundada e refletida dos prós e contras das formas eletivas existentes nos outros países de América Latina, como sugeriram os pronunciamentos conflitantes, porém igualmente interessantes, dos professores Graciela Doz e Juan Verdesio, durante o debate em questão.

1968 e a repressão em Brasília


A repressão daqueles anos continua dentro de nós. Continua dentro dos departamentos, fechados à inovação, onde alguns colegas permanecem insensíveis aos movimentos sociais. Permanecem apegados ao modelo nobilárquico de decisões. São os detentores do saber absoluto. Do saber atomizado e intransigente.


PARIDADE é esculhambação, subversão, bagunça, politicagem, desvio de função, anomalia. è "coisa de esquerda" para tomar o poder na UnB. Assim pensam alguns colegas. Mas será isso mesmo?


Do que têm medo os professores?


Alguns, todos sabemos: o medo da transparência, da abertura da caixa de pandora das fundações e dos conchavos tácitos das trocas de favores. Esses docentes catapultaram seus ganhos em uma espécie de privatização do educar, ao vender cursos, captar recursos com projetos utilizando a mão-de-obra qualificada e os materiais da UnB, realizando consultorias dirigidas para as fundações e por aí vai. Todos nós sabemos os nomes, quem são, como fazem e como se relacionam com as esferas decisórias da UnB. Deixar esses professores agindo desta forma é imoral e ilegal. A ação deles somente é possivel pela falta de meios de escolha ampla de chefias e da falta de órgãos fiscalizadores. Somente agiam com o beneplácido da reitoria.

A grande maioria dos docentes, honestos e dedicados, possui uma acomodação ao que aí está. Possuem um desconforto frente ao novo, às demandas de uma nova postura, de um novo fazer científico.

A boa ciência é a inovação. A boa ciência é desafio.

Religião é dogmatismo. Os docentes são cientistas ou clérigos de uma nova religião?

A paridade, se calcada no sistema de normas e práticas fundadas pelos três ex-reitores nos últimos tempos, de fato é incompatível com um sistema de democracia participativa. A paridade deve vir acompanhada do compromisso com uma estatuinte (paritária) para a UnB.

O protagonismo estudantil resgatou a bandeira da democracia na UnB. 1968 está frutificando. Não há como negar o passado e os fundamentos da criação da UnB: aberta, democrática, de vanguarda, socialmene referenciada. 1968 é agora.



Texto do Correio Braziliense de domingo:

"O grande protagonista do ano de 1968 foi o movimento estudantil e isso não foi exclusividade do Brasil ou da França. Como definiu Carlos Fuentes na obra Em 68 (Editora Rocco): “68, para começo de conversa, é um desses anos-constelação nos quais, sem razão imediatamente explicável, coincidem fatos, movimentos e personalidades inesperadas e separadas no espaço”. Classificados como geração do desbunde, os jovens estudantes viraram universidades francesas dos pés à cabeça. No malote de reivindicações cabia sexo, drogas, filosofia, relações familiares, educação. Foi o ano em que eles decidiram passar de coadjuvantes a protagonistas sociais. Não à toa, uma das obras mais importantes dos anos 1960, do filósofo Guy Debord, chama-se A sociedade do espetáculo. O furacão que assolou o mundo, carregando a apatia política seguida da 2ª Guerra Mundial, passou por Paris, Alemanha, Itália, Inglaterra, Tóquio, Praga, México e até EUA, onde havia movimentos contra o racismo e a Guerra do Vietnã. Foi o “meiaoito” dos assassinatos de Martin Luther King e Robert Kennedy, o desfacelamento da Primavera de Praga, o escândalo político de Nixon e o Ato Institucional nº 5 no Brasil. Por aqui, a passeata dos 100 mil foi o clímax de uma série de manifestações iniciadas a partir da morte do estudante Edson Luís, em março do mesmo ano, após a invasão do restaurante Calabouço. O coro ganhou força com o apoio da sociedade. “Intelectuais e artistas tiveram uma participação importante, porque grande parte deles tinha sido cassada, silenciada. Assim, a voz da manifestação política foi para os compositores, personagens como Chico Buarque, Edu Lobo e tantos outros”, explica o jornalista Zuenir Ventura. O estado de tensão nacional também irradiou para a capital federal. Em agosto de 1968, a Universidade de Brasília (UnB) foi tomada por policiais. Para o jornalista Jarbas Silva Marques, na época secretário de agitação e propaganda do Partido Comunista do Brasil, Brasília foi um dos pontos de maior repressão na época da ditadura, porém pouco aparece na história oficial. “Tivemos várias passeatas que saíam do Setor Comercial Sul, mas a gente só vê referências a Rio e São Paulo.” Em A rebelião dos estudantes, de Antônio de Pádua Gurgel, o jornalista Franklin Martins reitera a pouca notoriedade de Brasília naquele ano, diz que nenhum lugar sofreu pressão tão dura quanto as escolas do DF e arrisca um palpite: “Mesmo amordaçada, a UnB tinha como referência um projeto de vanguarda. No quadro de arcaísmo das demais universidades públicas brasileiras, era um peixe fora d’ água”.



Furto de carros nas universidades de Brasília


Nos estacionamentos da UnB ocorrem mais furtos de carros no DF.
A segurança de alunos, funcionários, professores e visitantes deve ser uma das pautas em que o reitor ou reitora que for eleito, deverá deixar claro para a comunidade. Não adianta somente a retórica "vamos realizar um plano"; esta frase já ouvimos durante 14 anos. Quem vier já deve ter uma proposta. Afinal, o problema da segurança é crônico e com um altíssimo custo material e emocional.

O Correio Braziliense aborda o problema: veja abaixo.
"A primeira reação é engolir em seco. Logo vem um frio na barriga, um arrepio na espinha e a dúvida de ter largado o carro no espaço agora vazio. Não adianta olhar em volta e circular pelo estacionamento. Aos poucos, a verdade aparece (e só ela): o veículo desapareceu. E você foi vítima de um furto. Só quem teve um bem próprio levado por assaltantes entende a sensação de insegurança ao voltar de um compromisso e não encontrá-lo. Em Brasília, o crime tem endereço: as portas das universidades pública e particulares.

Levantamento da Delegacia de Repressão a Furto de Veículos (DRFV) revela que pelo menos um veículo some por dia das vagas públicas de faculdades do Plano Piloto e de Taguatinga. Os dados também apontam pela primeira vez a atuação de bandidos especializados em instituições como Universidade de Brasília (UnB), Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Centro Universitário do Distrito Federal (UniDF) — todas nas asas Sul e Norte — e Universidade Católica de Brasília (UCB), em Taguatinga Sul. "

O que a ADUnB pode fazer pelos professores? A nova diretoria a ser empossada tem algum tipo de posicionamento sobre a segurança dos seus sindicalizados?

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Morreu Jefferson Peres, referência ética do Senado e defensor da Amazônia

O senador Jefferson Peres, referência ética do Senado brasileiro e autor do relatório que levou à demissão do presidente daquele órgão Renan Calheiros, pela alegada ligação a casos de corrupção, morreu hoje em Manaus, Brasil, segundo fontes oficiais.
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Jefferson Peres, 76 anos, sucumbiu a um enfarte cardíaco na sua casa. Peres foi uma das pessoas que "emparedou" o ex-reitor Timothy na CPI das ONGs.
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Leia mais sobre o senador clicando aqui.

Carta à um jovem cientista - por Gottfried Schatz

Clique na imagem para ampliar.
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Vale MUITO a pena ler esta carta, publicada na FEBS Letters 558: 1-2, 2004. É um hino a liberdade e ao labor da ciência e do cientista. Foi escrita por um pesquisador da Suiça.
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Para ler a segunda página da carta, clique aqui.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Rodrigo Dantas responde à Elenice Hanna


"Colegas da lista da ADUnB,

a agressiva carta publicada pela profa. Elenice Hanna merece uma resposta, sobretudo porque me parece refletir, neste momento, o pensamento de muitos dos quase 400 docentes ativos (num universo de quase 1.400 docentes) que votaram na chapa 1. Diante disso, algumas questões colocadas merecem ser brevemente pontuadas.

1. É particularmente grave que a professora não demonstre qualquer indignação com a corrupção endêmica que tomou conta da UnB nestes últimos anos. Professora Elenice, todos sabemos que a investigação do MPF está em seu início e que muita coisa ainda está por ser revelada, muito além dos fatos gravíssimos já públicos e notórios. Ignorar essa realidade não passa de ato de denegação absoluta, típico de quem, em desespero de causa, perde todo o contato com a realidade para substituí-la por um discurso delirante, sustentado exclusivamente por seus próprios desejos, fantasias e interesses. É muito sintomático que, diante da maior desmoralização a que uma universidade pública já foi submetida na história deste país, a professora opte por voltar suas baterias contra a investigação que está começando a desmontar a rede clientelista de apropriação e distribuição privada e discricionária de recursos públicos em nossa universidade - e não contra o que está sendo investigado e revelado pelo MPF. A inversão dos valores e a racionalização do injustificável tem limites não só racionais, mas morais.

2. Evidentemente, professora Elenice, não foram os 408 eleitores da chapa 1 que participaram de "atos ilícitos ou de moralidade duvidosa". Esta é uma afirmação tendenciosamente retirada de contexto. Ninguém jamais disse isso. O que é inegável é que o voto na chapa 1 (com seu slogan "de volta para casa") foi claramente um voto de confiança na antiga administração e em seus chefes e caciques de sempre. Não é por outra razão que a presença de Timothy na comemoração da vitória da chapa 1 no Cavalcanti foi recebida com efusivos aplausos. Não é por outra razão que a reunião entre Lauro Morhy, Silvio Quezado, Rosalvo e Flávio Botelho, uma semana antes, no mesmo restaurante, demonstra muito claramente quem e o que está por detrás da chapa 1. Está claro que o voto na chapa 1 foi um voto de quem deseja fazer da ADUnB um bunker da reitoria deposta, uma casamata para organizar a "volta para a reitoria" - assim como o artigo despropositado que a senhora escreve aponta, sim, claramente, na mesma direção.

3. Não queremos o poder simplesmente para nos banquetearmos com seus luxos, suas delícias, seus privilégios. Não queremos o poder para expedir decretos (como o de julho de 2007) que concentrem todos os poderes na figura unipessoal do reitor, usurpando autoritariamente o poder dos conselhos e colegiados da universidade, num ataque frontal à democracia e à autonomia universitária. Quando dizemos que lutamos por uma UnB sem donos, estamos a dizer que lutaremos, com todas as nossas energias, pela mais ampla democratização, compartilhamento, transparência e horizontalização do poder - e lutamos por isso não só na UnB, mas em todas as instâncias da vida social e política do país e da própria humanidade. Não aceitamos mais um reitor monarca, sustentado por uma rede piramidal de apoio formada por métodos clientelistas. Não aceitamos a "rorizização" da UnB. Por tudo isso, não vemos outra saída para esta crise senão a auto-gestão democrática e transparente da UnB por seus conselhos e colegiados, com a colaboração plena e paritária dos três segmentos de que se compõem a comunidade universitária.

4. Designar a investigação do MPF como uma intervenção e uma afronta à autonomia universitária é imaginar a universidade como uma torre de marfim, onde todos os desmandos são permitidos, sem que a sociedade e o Estado possam investigar, mediante seus instrumentos legais, a utilização indevida e a gestão temerária dos recursos públicos. Afronta à autonomia universitária, professora Elenice, é a estrutura paralela de poder que foi montada pelo lauro-timotismo durante mais de uma década. Graças a luta ousada, corajosa e generosa dos procuradores, dos estudantes e dos servidores e professores desta universidade que não aceitam mais conviver com o que é moralmente, juridicamente e politicamente inaceitável, toda esta estrutura está com seus dias contados. Mais cedo ou mais tarde, nossa obra de transformação da universidade estará completa.

Moralmente, politicamente e intelectualmente enojado com a justificação cínica, arrogante e desavergonhada do injustificável,

Rodrigo Dantas


Encaminho o seguinte texto a pedido da colega Elenice Hanna
De: Elenice Hanna [mailto: elenicehanna@gmail.com ]
Enviada em: segunda-feira, 19 de maio de 2008 17:10
Para: Elenice Hanna
Assunto: reflexões sobre vitória da chapa 1

ANÁLISE ADICIONAIS SOBRE A VITÓRIA DA CHAPA 1

Importante a manifestação da comunidade nesse momento, especialmente daqueles que não se manifestaram "nos microfones pertencentes aos donos da verdade" e que assistiram assustados e com tristeza os acontecimentos orquestrados por uma minoria. O resultado das eleições da ADUnB merece uma análise cuidadosa e de todos os lados.
Com uma votação bastante expressiva, os docentes mostraram seu desejo. Qualquer que seja a aritmética feita por outras Chapas nenhuma superará os votos da Chapa 1. A maioria expressiva de votos na Chapa vencedora representa a vontade dos docentes de serem ouvidos e respeitados, de lutarem por melhores condições de trabalho na UnB, de prescindirem de um clima de respeito, a despeito das divergências de idéias. Votar na Chapa 1 significou nosso apoio a um grupo que se dispôs a dedicar seu tempo e o dinheiro dos sindicalizados a causas consideradas secundárias por gestões anteriores, mas urgentes para a categoria.
É preciso dizer mais sobre o que esse resultado representa? Aqueles que ainda questionam exercitem sua sensibilidade e desativem seus delírios persecutórios ou tendências de retroalimentar suas próprias verdades. Os reais motivos dessa derrota estão nos próprios discursos das outras chapas, recortados a seguir. É necessário humildade para aceitar que a realidade da maioria não é aquela que alguns tentam incutir em pessoas com um nível de funcionamento intelectual alto.
Socializo minhas reflexões relativas à rejeição a apenas uma das chapas derrotadas. Agradeço à Chapa 2 por confirmar as minhas suspeitas sobre a real motivação da chapa que utilizou o slogan POR UMA UnB SEM DONOS. São três os grandes problemas claramente postos na análise feita pelos integrantes da chapa derrotada e que ameaçam a Universidade de Brasília hoje.
1) Segundo a Chapa 2, pessoas como eu e mais 425 docentes que votaram na Chapa 1 são criminosas e imorais, já que somos " professores que participaram ativamente de atos ilícitos ou de duvidosa moralidade ". Não vale a pena comentar sobre este absurdo que deveria ser caso de justiça, mas fico imaginando o que seria da UnB ter uma reitoria ou um sindicato com pessoas que pensam desta forma sobre um número expressivo de docentes que trabalham em prol da instituição? Que clima institucional se pretende instalar com esse pressuposto? Como suportar conviver com pessoas que definem a sentença antes do julgamento? Como respeitar quem agride o tempo todo?
2) A ânsia pelo poder é que está por trás de tudo. A reitoria é o que a referida chapa para o nosso sindicato realmente almejava e não a defesa da categoria. A análise publicada por esta chapa deixa clara a "sinceridade" dos seus propósitos quando dizem " ou ganhamos a Reitoria ..., ou nos veremos obrigados a delegar inteiramente a responsabilidade de colocar nossa casa em ordem à Polícia Federal e à Justiça " ou quando afirmam que " vitória pela Reitoria somente poderia ser hoje garantida numa eleição paritária " (grifos adicionados). Esse é um discurso certamente definidor de lados e donos, contrário ao slogan.
3) A autonomia universitária, nesse momento, é pouco importante para esse grupo. A intervenção na UnB está sendo amplamente defendida de um modo individualista e em tom de ameaça como conseqüência da derrota. Dizem eles: " nos veremos obrigados a delegar inteiramente a responsabilidade de colocar nossa casa em ordem à Polícia Federal " e " mais interessante não ir à contramão e sim dar apoio irrestrito às investigações da Polícia ". O que é que se pretende com esta atitude inconsistente com relação à polícia, repudiando quando o problema é com os estudantes e apoiando a intervenção quando é com a reitoria? Nossos telefones e computadores já foram violados? Estranho esses colegas não terem nenhuma preocupação com essa nova realidade em uma universidade que prezava pela democracia. Uma vez a porta aberta e tudo devassado, você está exposto e da autonomia sobrará apenas saudades. Acredito que muitos que votaram na Chapa 1 dividem as preocupações mencionadas. Desse grande grupo há ainda pessoas, como eu, com motivos pessoais adicionais, que nem precisam ser mencionados, considerando-se a gravidade dos três motivos anteriores. Cada qual com seus óculos vota e julga a partir do que vê. O contexto político, entre outros fatores, muda nossos óculos. Cabe à sociedade definir suas regras para defender indivíduos e instituições vulneráveis. Os acontecimentos dos últimos meses não beneficiaram nenhum dos lados, até o momento. Vamos nos manter otimistas de que todo esse sofrimento era necessário para haver crescimento, mas sem perder o senso crítico. O apoio à Diretoria eleita pode significar nesse momento difícil que de fato a ADUnB seja dos professores e para os professores.

Elenice S. Hanna

Instituto de Psicologia
Departamento de Processos Psicológicos Básicos

ADVERTÊNCIA: AS IMAGENS A SEGUIR POSSUEM FORTE CONTEÚDO PORNOGRÁFICO. O luxo dissecado do ex-reitor (II)






ADVERTÊNCIA: AS IMAGENS ABAIXO POSSUEM FORTE CONTEÚDO PORNOGRÁFICO. O luxo dissecado do palacete do ex-reitor









Duplex com cobertura, 5 televisões tela plana, uma cozinha esplendorosa, piscina, lixeiras de 900 reais... Um apartamento do Sultão do Brunei? um imóvel do ditador Bokassa? um chateau de Don Corleone? Não, este é o imóvel onde morava, às custas do desespero de pesquisadores e de alunos carentes da UnB, pago pela Instituição, o mais famoso reitor que a UnB já teve: Sr. Timothy Mullholland.
Veja a reportagem na Folha On Line, aqui.

O Sr Timothy ficará para a história como Bokassa, Idi Amin, Melgarejo, Xá Rehza Palevi e Imelda Marcos. Não vamos esquecer a tragicomédia da gestão passada. Nem dos nomes de seus bufões, valetes e mestres-de-cerimônias. Muito menos ainda dos seus generais e dos seus mercadores.

AS FOTOS SÃO DE AUTORIA DE LULA MARQUES, DA AGÊNCIA FOLHA.

terça-feira, 20 de maio de 2008

HUB: Pronto-socorro fechado compromete ensino


Anos de descaso e maus tratos com a maioria dos seus profissonais, fizeram ruir pedaços do HUB, levando ao fechamento do Pronto Socorro. Este é o resultado único do mau gerenciamento de verbas públicas e prioridade no clientelismo na UnB. Deveríamos pensar que muita dor, muito sofrimento e mortes podem resultar do fechamento do Pronto Socorro. A má conduta administrativa da gestão passada da UnB é responsável pelo sofimento da população.

Como avaliar, julgar e punir a administração Timothy?
A comunidade acadêmica tem duas grandes oportunidades: 1. discutir uma nova estrutura e renovação da prática administrativa da UnB; 2. escolher um Reitor honesto, humanista, severo, incorruptível, austero e comprometido com a democracia pelo voto paritário na próxima eleição que se aproxima.

Saiu no Correio Brazilliense: "HUB
Pronto-socorro fechado compromete ensino.
Além de comprometer o atendimento de cerca de 3 mil pessoas por mês, a reforma prejudicará o ensino dos alunos de medicina da UnB. Pelo menos 70 deles atuavam no pronto-socorro e agora não têm onde exercer as atividades práticas. A direção da Faculdade de Saúde estuda transferir os estudantes para o Hospital Regional do Paranoá. “Vamos ser prejudicados. No HUB acompanhamos todo o processo do paciente. Lá não sabemos se será assim nem teremos a mesma supervisão que temos aqui”, disse Adriano Evangelista Borges, 25 anos, que está no último ano do curso."

O Ex-reitor não quer depor


O ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) Timothy Mulholland apresentou nesta segunda-feira um atestado médico, alegando problemas de saúde e impossibilidade, para escapar de prestar depoimento ao Ministério Público do Distrito Federal (MPDF). A previsão dos promotores era ouvir Timothy esta semana.

No atestado, Timothy alegou depressão moderada, estresse, transtorno de adaptação e ansiedade. Como o atestado foi assinado por um cardiologista e não um psiquiatra, o promotor Ricardo Antônio de Souza vai pedir que uma junta médica examine o ex-reitor para verificar se de fato ele está com os problemas alegados.
Notícia completa no correioweb aqui.

domingo, 18 de maio de 2008

Três falácias sobre as eleições da ADUnB


1. A imprenssa reproduziu a fala do Flávio Botelho, que afirmou que os professores acudiram massivamente a votar, como nunca antes, nestas eleições: É FALSO. Como a Chapa 2 mostrou na avaliação com números BEM PRECISOS, quase a metade dos afiliados não votou.
2. Um rumor que corre por aí de que a votação pela chapa 1 foi uma votação contra a paridade. É FALSO: nenhum professor com fortes sentimentos anti-timothistas, ainda sendo contra a paridade, votaria na chapa 1. Teve eleitores ANTI-PARIDADE que votaram nas chapas 2 e 3 ainda assim, porque A LÍNHA DIVISÓRIA ENTRE OS ELEITORES nesta votação foi, basicamente, entre os A FAVOR e os CONTRA o continuismo.
3. Saiu na imprensa que a chapa 2 é formada por pessoas de ultra-esquerda e ligadas ao PSOL e PSTU. Totalmente FALSO!!! Há pessoas sem ligação partidária alguma e pessoas com fortes pendores pela social-democracia. E outros apoiadores que se autodeclaram "de direita".

O Assédio Moral e a violência tácita dentro da academia


Muitos colegas recebem diariamente as mais diversas agressões no cotidiano da academia. São colegas que não se alinham aos grupos econômicos fortes, que são ideologicamente independentes ou que não possuem raízes na corrupção dentro de uam instituição. A ameaça pode ser implícita ou explícita.
Alguns exemplos:
1. Um processo de progressão funcional ou de requisição de materiais recebe pareceres desfavoráveis , ou é dificultado por requisição de novos adendos, por relatores instrumentalizados pelos grupos hegemônicos.
2. Um aluno em estágio ou de pós-graduação é reprovado ou não tem seus pleitos aprovados quando inserido em pesquisas com professores não alinhados com os grupos hegemônicos.
3. Distribuição desigual de carga de trabalho ou carga didática aos professores não alinhados.
4. Interdição às informações essenciais sobre questões e pareceres relativos ao professor não alinhado, quando requerido pelo mesmo.
5. Ameaça de processo administrativo quando há questionamentos de procedimentos de chefes e membros departamentais, pelos professores não alinhados.
6. Ofensas públicas não advertidas por chefes imediatos.
7. Sumiço de processos e requerimentos.
8. Alienação deliberada e sistemárica de um professor não alinhado das decisões colegiadas ou da unidade de lotação.
9. Calúnias e difamações perpetradas em colegiados das unidades acadêmicas.
10. Manipulação de dados funcionais, acadêmicos e administrativos em desfavor de um profesor não alinhado.

Tem mais algumas centenas de exemplos. A academia que deveria se pautar pela relação respeitosa à diferença e pela ética nas relações sociais, em algumas universidades tem se notabilizado por praticas odiosas, racistas, elitistas, discriminatórias e amorais. A maioria dos docentes é vítima desta situação. Alguns acham que isso é até normal.
Não é normal. A situação perdura devido às vantagens que alguns adquirem em pressionar, calar e amedrontar aos demais. As vantagens adquiridas são materiais e sociais. Os cargos de chefia são os pontos chaves desta estrutura maligna. O assédio moral vem acompanhado freqüentemente de patologia social; seus perpetradores possuem as vezes características de sociopatia.
A UnB não é exceção.
Um sindicato, uma administração em qualquer nível, deve zelar peolo bem-estar dos seus membros e coligados. Espera-se que a situação de assédio moral seja explicitada, discutida entre todos e achado soluções rigorosas para impedir esta patologia social no nosso meio.

A ANDES SN fará um seminário em breve aqui em Brasília, sobre o assédio moral. Veja aqui: 3ª Reunião Intersetorial do ANDES-SN discutirá práticas anti-sindicais e assédio moral.