Há dor no teu rosto lívido. Não é a dor física de chorar, de olhar o ferimento, de lamentar o sangue empapado.
É uma dor das piores, daquelas que não se descreve e nem o choro resolve.
Há a dor da incompreensão no teu olhar focado no grupo de policiais. Uma dor de sonho desfeito, dor de ultraje. Dor de mulher, de mãe, de geradora que nutriu os desejos de saber das crianças, de contar até dez nos dedinhos, até cem...até não sei quanto de tantos sonhos que nos concedeu a todos, crianças quando fomos...dor de criança que foi um dia. Desencantada, não entende como podem tratar com tanto desprezo aquela que tentou educar a mão para o acolhimento. A mesma mão que lhe bate.
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