A abertura oficial das Olimpíadas 2008 na China foi um espetáculo pictórico e eletrônico jamais visto nesse planeta. Quem assistiu pode ficar extasiado, estupefato, dominado diante da beleza plástica, das cores marcantes e diversas e da delicadeza de algumas passagens.
Alguns milhares de teses e milhões de comentários serão publicados em quase todos os idiomas da Terra. Este comentário se insere nessa última categoria ao interpretar uma cena obscurecida pela grandiosidade do resto do espetáculo.
A abertura das Olimpíadas deveria ter um caráter estritamente pacífico, de união e tolerância entre os povos. Esse espírito contrasta com qualquer referência militar. A cena dos militares conduzindo e hasteando a bandeira nacional chinesa, emblematicamente contaminou o espírito das olimpíadas. A China avisa ao mundo que os jogos entre países (esportivos, comerciais, etc) e o entrosamento entre os povos somente poderão ser possíveis com a guarda da nação (a bandeira) por uma força militar rígida, homogênea e inflexível. Assim avisa a China ao mundo: não é possível a guarda exclusiva do nacionalismo chinês sem a força militar. Essa força militar estará presente ostensivamente em todos os momentos de negociação, confronto e disputas. Essa mensagem parece ser também dirigida ao consumo interno. Esse não é um bom sinal aos povos que querem se autodeterminar e que desejam mais justiça nas relações internacionais.
Esta seção é um exercício livre e libertador de interpretar as imagens do mundo. Não se propõe a ser A Verdade.
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