segunda-feira, 21 de julho de 2008

A ADUnB sob nova direção é questionada


Car@s colegas,

Diante da nota conjunta divulgada pela ADUnB e pelo

SINTFUB (e de outras manifestações da nova direção da ADUnB

em seu site), seria o caso de se colocar algumas questões:

a) por que estas entidades, ao invés de se manifestarem

pelo aprofundamento das investigações e pelo eventual

afastamento de quem tiver de ser afastado por ter cometido

irregularidades, preferem manifestar-se, com veêmencia, de

forma abertamente intimidatória, contra aqueles que tomam as

medidas devidas, ou que lutam para que as investigações não

sejam bloqueadas e possam seguir seu curso, doa a quem doer?

Nos últimos tempos, os escândalos de corrupção no país têm

explodido de forma recorrente, sem que as investigações

cheguem a termo e as devidas punições sejam aplicadas. Mais

do que isso, vai se tornando costume que aqueles que

arriscam suas vidas na investigação e na luta contra a

corrupção terminem afastados de suas funções e punidos de

alguma forma, alegadamente por expor, de forma negativa,

publicamente, as reputações de pessoas suspeitas antes que

as investigações cheguem a seu termo. Como estas

investigações não têm chegado a seu termo na maioria

absoluta dos casos, opera-se aqui uma clássica inversão de

valores, em que as investigações ficam pelo meio do caminho,

ou as denúncias do MP terminam sendo rejeitadas, por mais

gritantes que sejam as evidências, os suspeitos de corrupção

terminam por ser absolvidos sob a alegação de que nada foi

provado contra eles, e aqueles que lutaram pelo aprofundamento das

investigações terminam sendo responsabilizados e passíveis de punição

por terem feito denúncias pretensamente precipitadas.

Este enredo está se tornando repetitivo no país.


Cria-se, com todos estes procedimentos, uma verdadeira

blindagem da corrupção no país.

Estes fatos recorrentes generalizam na população a grave

conclusão de que a corrupção está institucionalizada, tem as

devidas salvaguardas nos poderes constituídos e, neste

sentido, vale a pena, pois seus praticantes tendem a

permanecer impunes. Isto é muito grave. Generaliza a

impressão de que, com muito dinheiro, tudo pode ser

"resolvido". E representa, claramente, um passo importante,

e de certa forma decisivo, na escalada do processo histórico

de "naturalização" e "normalização" ideologicamente induzida

da barbárie social.

b) o que aviltaria mais a imagem já tão aviltada de nossa

universidade: que as investigações sejam levadas a termo,

com todas a suas conseqüências, demonstrando que a

universidade não tolera a corrupção em seu seio? Ou que elas

sejam interrompidas, suspensas, abafadas, varridas para

debaixo do tapete, sem que a comunidade universitária e a

sociedade jamais possam saber do que de fato ocorreu?

Estas são perguntas que não querem calar.

Rodrigo Dantas. Professor de Filosofia Política. 2º

vice-presidente nacional do ANDES-SN.

2 comentários:

Anônimo disse...

A ADUnB, por exemplo, estampa na primeira página de notícias do seu site a sentença do Juiz da 6a. Vara sobre o Caso Finatec. As pessoas mais bem informadas sabem que essa sentença perdeu completamente seu efeito depois da decisão da Desembargadora, Dr. Nídia Correa, que manteve a intervenção e os cinco diretores afastados. Diretores estes que estão sob forte investigação do Ministério Público do Distrito Federal e do Ministério Público Federal. O que a ADUnB pretende passar com esse tipo de informação falsa? Talvez seja exatamente comportamento como esse que o colega Rodrigo levanta!

Anônimo disse...

Parabéns, professor Rodrigo.
Suas palavras nos trazem o alento de que a corja destronada dos postos de comando da UnB (e dos antros subsidiários designados fundações de apoio) não vai continuar a nadar de braçada a surrupiar o erário.
A canalha parece não ter ainda percebido que vivemos agora uma autêntica, e talvez primeira, revolução nessa Universidade, onde os falsários e charlatães não têm mais vez. E, estamos certos, NÃO PASSARÃO!!!
Parabéns pela sua determinação e entusiasmo contagiantes que hoje escrevem belas páginas da nossa História.