Car@s colegas,
Diante da nota conjunta divulgada pela ADUnB e pelo
SINTFUB (e de outras manifestações da nova direção da ADUnB
em seu site), seria o caso de se colocar algumas questões:
a) por que estas entidades, ao invés de se manifestarem
pelo aprofundamento das investigações e pelo eventual
afastamento de quem tiver de ser afastado por ter cometido
irregularidades, preferem manifestar-se, com veêmencia, de
forma abertamente intimidatória, contra aqueles que tomam as
medidas devidas, ou que lutam para que as investigações não
sejam bloqueadas e possam seguir seu curso, doa a quem doer?
Nos últimos tempos, os escândalos de corrupção no país têm
explodido de forma recorrente, sem que as investigações
cheguem a termo e as devidas punições sejam aplicadas. Mais
do que isso, vai se tornando costume que aqueles que
arriscam suas vidas na investigação e na luta contra a
corrupção terminem afastados de suas funções e punidos de
alguma forma, alegadamente por expor, de forma negativa,
publicamente, as reputações de pessoas suspeitas antes que
as investigações cheguem a seu termo. Como estas
investigações não têm chegado a seu termo na maioria
absoluta dos casos, opera-se aqui uma clássica inversão de
valores, em que as investigações ficam pelo meio do caminho,
ou as denúncias do MP terminam sendo rejeitadas, por mais
gritantes que sejam as evidências, os suspeitos de corrupção
terminam por ser absolvidos sob a alegação de que nada foi
provado contra eles, e aqueles que lutaram pelo aprofundamento das
investigações terminam sendo responsabilizados e passíveis de punição
por terem feito denúncias pretensamente precipitadas.
Este enredo está se tornando repetitivo no país.
Cria-se, com todos estes procedimentos, uma verdadeira
blindagem da corrupção no país.
Estes fatos recorrentes generalizam na população a grave
conclusão de que a corrupção está institucionalizada, tem as
devidas salvaguardas nos poderes constituídos e, neste
sentido, vale a pena, pois seus praticantes tendem a
permanecer impunes. Isto é muito grave. Generaliza a
impressão de que, com muito dinheiro, tudo pode ser
"resolvido". E representa, claramente, um passo importante,
e de certa forma decisivo, na escalada do processo histórico
de "naturalização" e "normalização" ideologicamente induzida
da barbárie social.
b) o que aviltaria mais a imagem já tão aviltada de nossa
universidade: que as investigações sejam levadas a termo,
com todas a suas conseqüências, demonstrando que a
universidade não tolera a corrupção em seu seio? Ou que elas
sejam interrompidas, suspensas, abafadas, varridas para
debaixo do tapete, sem que a comunidade universitária e a
sociedade jamais possam saber do que de fato ocorreu?
Estas são perguntas que não querem calar.
Rodrigo Dantas. Professor de Filosofia Política. 2º
vice-presidente nacional do ANDES-SN.
2 comentários:
A ADUnB, por exemplo, estampa na primeira página de notícias do seu site a sentença do Juiz da 6a. Vara sobre o Caso Finatec. As pessoas mais bem informadas sabem que essa sentença perdeu completamente seu efeito depois da decisão da Desembargadora, Dr. Nídia Correa, que manteve a intervenção e os cinco diretores afastados. Diretores estes que estão sob forte investigação do Ministério Público do Distrito Federal e do Ministério Público Federal. O que a ADUnB pretende passar com esse tipo de informação falsa? Talvez seja exatamente comportamento como esse que o colega Rodrigo levanta!
Parabéns, professor Rodrigo.
Suas palavras nos trazem o alento de que a corja destronada dos postos de comando da UnB (e dos antros subsidiários designados fundações de apoio) não vai continuar a nadar de braçada a surrupiar o erário.
A canalha parece não ter ainda percebido que vivemos agora uma autêntica, e talvez primeira, revolução nessa Universidade, onde os falsários e charlatães não têm mais vez. E, estamos certos, NÃO PASSARÃO!!!
Parabéns pela sua determinação e entusiasmo contagiantes que hoje escrevem belas páginas da nossa História.
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