"O velho Hegel cantou a pedra"
O real enfeitiçado“O indivíduo está sujeito à completa desordem e aos riscos do todo. A massa da população está condenada ao trabalho embrutecedor, insalubre e inseguro das fábricas, manufaturas, minas, etc. Ramos inteiros da indústria, que sustentam largas faixas da população, entram subitamente em falência, seja porque a moda mudou, seja porque os valores de seus produtos caíram por conta de novas invenções em outros países, seja por qualquer outra razão. Massas inteiras são assim abandonadas à irremediável pobreza. O conflito entre a extrema riqueza e a maior pobreza, uma pobreza incapaz de melhorar sua situação, aumenta sempre. A riqueza…torna-se um poder predominante. Sua acumulação se processa em parte ao acaso, em parte através do modo geral de distribuição… O lucro desenvolve-se em um sistema multiforme que se ramifica por setores nos quais o pequeno negócio não pode lucrar. A máxima abstratividade do trabalho penetra nos tipos de trabalho mais individuais, e segue ampliando sua esfera. Esta desigualdade entre riqueza e pobreza, esta indigência e necessidade, tem como resultado a desintegração completa da vontade, a rebelião interna e o ódio”. (Hegel)
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Assim, na modernidade do homem alienado, a consciência dos indivíduos está invertida, porque a própria realidade está invertida. A realidade do mundo das mercadorias é uma representação do real, não é o real. O real está enfeitiçado (fetichizado), reificado, transfigurado em representações subvertidas de sujeito e objeto. As mercadorias são sujeitos qualificados pelos homens, os homens são objetos quantificados pelas mercadorias. O homem sem qualidades, exaurido de humanidade, agora, não se humaniza, por que esbarra sem cessar na hostilidade dos objetos por ele próprio criados, mas que ele não os reconhece como seus. Há um objeto no meio do caminho da nossa humanidade. O nivelamento ético-moral dominante é uma metafórica sarjeta. O resultado dessa desumanização generalizada são os horrores do nosso cotidiano: a violência como reguladora da vida; a morte como normalização do conflito; a crescente fascistização das relações no trabalho, no trânsito, na vida urbana; o capitalismo de quadrilhas; a ciência que conspira contra a Natureza; a divinização do dinheiro; a dinheirização do corpo e dos afetos, etc., etc."
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