domingo, 7 de dezembro de 2008

Futebol, do imponderável ao pragmatismo de resultados



O futebol é um esporte universal. Ainda falta muito para que se analise sob o ponto de vista sociológico, antropológico, sociobiológico e comportamental esse esporte que tem encantado o planeta terra. Correr atrás de uma bola, defender, tomar, fazer o gol, a vibração, o sentimento de pertencimento a um grupo, a uma tribo mesmo que efêmera e isolada no caos mundial, é arrebatador. Contaminante, uma febre de desejos, de aritmética, de geometria do impossível. De desejo por uma natureza surreal, uma aposta na quase impossível trajetória da bola, contrariando as leis comuns da física e da química. Futebol é a excepcionalidade da regra. A interface entre arte e ciência. Há um consenso de prazer tácito entre os que participam desse esporte, desde a faixa de Gaza ao subúrbio de Berlin; dos Palancas Negras de Angola ao campo do Utah Valley State College. O Brasil com seus milhares de times formais e milhões de times formados e desformados a cada hora, é o paradigma inigualável dessa contravenção ao ordenamento e ao sequenciamento cartesiano da tática e da estratégia.
Um encantamento assim não poderia ficar incólume ao mercado. Aliás, é o mercado que sustenta o espetáculo. As vezes o espetáculo é o mercado. Onde se vendem chuteiras, meais, calções, símbolos, flâmulas e jogadores. Onde se vendem e se compram reputações e regras morais.
A estranha (es)história de tentativa de suborno de um árbitro para o jogo decisivo do campeonato brasileiro de 2008, faz parte dessa feira de negócios, que geram milhões de patacas. E votos. Votos que foram computados quando o imponderável Ricardo Teixeira, presidente da Confedaração Brasileira de Futebol, fez uma jornada pelos gabinetes atapetados do Congresso Nacional, desconfigurando a CPI do futebol.

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